A projeção para o crescimento da economia este ano foi reduzida de 2,4% para 2,1%. Em conformidade com o Ministério da Economia, os dados constam do boletim MacroFiscal. da Secretaria de Política Econômica (SPE).
Ao comentar, ontem (10), os dados, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues (foto ), já havia adiantado a queda.
Desta forma, para ele, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB, ficaria acima de 2%. Para entender, o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
De acordo com os números, Rodrigues disse que o governo vai contingenciar (bloquear) parte do orçamento. Assim sendo, os motivos são a revisão para baixo das projeções de crescimento da economia e a queda nos preços do petróleo.
De igual modo, com a economia crescendo abaixo do previsto, o governo arrecada menos. Por isso, obriga o contingenciamento de gastos.
Neste caso, os gastos são os discricionários (não obrigatórios). Consequentemente, a função é cumprir a meta fiscal do déficit primário de R$ 124,1 bilhões neste ano.
“Há incertezas sobre o impacto que a queda no petróleo e a desaceleração no crescimento global podem produzir sobre a economia brasileira”, diz o boletim.
Na mesma linha, ele destaca: “É importante destacar que o cenário de crescimento para este ano tornou-se mais desafiador”.
Ao justificar o cenário, o boletim completa: “Estamos monitorando de perto os desdobramentos do Covid-19 e a recente queda no preço do petróleo”. Por fim, reafirmou que “a melhor resposta ao novo cenário é perseverar com as reformas fiscais e estruturais”
Petróleo
Além do impacto do coronavírus , a secretaria destaca a redução no preço do petróleo. Desta maneira, a redução é influenciada pela queda da demanda internacional pelo produto. Além disso, tem a guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia.
“Além das incertezas provocadas pela epidemia do novo coronavírus , o Covid-19, houve uma forte queda no preço do petróleo nos últimos dias”, diz a secretaria.
Ao justifica a queda, arremata: “Decorrente de um conflito acerca do nível de produção acordado pelos maiores produtores, essa queda aumentou a volatilidade nos mercados e provocou um movimento global de aversão a risco, com forte reação negativa dos preços de ativos”.
Projeção
Ao apresentar o boletim, Rodrigues informou que o governo não irá considerar a recente alta do dólar. No seu ponto de vista, a queda no preço do petróleo serve fazer a revisão das estimativas de receitas.
Segundo Rodrigues, para fazer a revisão nas projeções, a SPE considerou dados até o dia 5 deste mês. A considerar essa data, o câmbio médio estava R$ 4,22 e o preço do barril de petróleo a US$ 52,70.
Nesse sentido, os números mais recentes não foram utilizados porque há um calendário previamente estabelecido para se fazer as projeções. “Na próxima revisão os dados serão considerados. É um procedimento transparente, pré-programado”, explicou o técnico.
Inflação
O boletim MacroFiscal também apresenta a previsão para a inflação de 2020. De acordo com os número, é calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que caiu 3,62% para 3,12%.
Consta ainda no boletim , a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que passou de 3,73%, previstos em janeiro deste ano, para 3,28%, em março.
Igualmente, esse índice serve de parâmetro para o reajuste do salário mínimo. E por conseguinte , a previsão para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu de 3,32% para 3,66%.
As informações são da Agência Brasil.
Foto: José Cruz/ABr