Empresário envolvido num esquema de compras fraudulentas para unidades do Exército no Amazonas chegou a contratar prostitutas para dar festa em um motel em Manaus para dois capitães que participavam da quadrilha.
Os oficiais desempenham importante função no bando.
O esquema tinha ramificações na sede do Comando Militar da Amazônia (CMA) e na Diretoria de Suprimentos do Exército, em Brasília.
Essas informações foram publicadas no fim da noite de ontem pelo site do jornal Folha de S.Paulo.
Elas são detalhes de matéria que noticia decisão da Justiça Militar que condenou 19 militares e outras sete pessoas por fraudes na compra de alimentos para unidades do Exército Brasileiro no Amazonas.
Patentes
Segundo a notícia, entre esses 19 militares estão 11 oficiais, sendo dois coronéis, um tenente-coronel, um tenente, um subtenente, um major e cinco capitães, além de oito militares de baixa patente.
A Folha informou que as penas chegam a 16 anos, no caso de um dos coronéis, de acordo com a sentença assinada pelo juiz substituto Alexandre Augusto Quintas, da 2ª Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar, na sexta-feira, dia 17.
Mas todos poderão recorrer em liberdade.
Origem do esquema
De acordo com a notícia, as condenações são desdobramentos das operações Saúva e Albatroz, realizadas pela Polícia Federal há mais de 15 anos.
As investigações descobriram que o esquema começou a funcionar pelo 12º Batalhão de Suprimentos da capital amazonense.
A ação penal militar, segundo a notícia, narra que naquele batalhão um grupo de empresários começou a fornecer, mediante o pagamento de propina a militares, produtos de baixa qualidade ou em quantidade inferior à contratada.
“Os investigadores fizeram um levantamento sobre o prejuízo causado aos cofres públicos com alimentos impróprios para consumo ou em desacordo com a licitação entre os anos de 2003 e 2005. Em valores atualizados para hoje, são R$ 956 mil”, diz a Folha.
Nomes citados
A notícia cita alguns nomes e o que eles faziam:
Empresário João Leite
E Coronel Vitor Augusto de Felippes, responsável pela área de suprimentos do 12º Batalhão de Suprimentos.
Eles, segundo o processo, ajustavam a planilha de preços que serve de base para compras.
Cristiano Cordeiro, empresário flagrado em escutas telefônicas.
Coronel Francisco Nilton de Souza Júnior, comandante do batalhão orientava subordinados do esquema para que não fossem “tão rígidos” nos laudos elaborados.
“Isso permitiu, segundo a denúncia do MPM (Ministério Público Militar), que houvesse a entrega de produto em desacordo com o edital, com qualidade inferior ou preço inferior ao licitado, material com validade adulterada ou com impurezas e, ainda, em quantidade muito abaixo do que havia sido comprado e pago pelo Exército”.
Leia a reportagem completa no site da Folha.
Foto: Divulgação/CMA