O Partido Socialista Brasileiro (PSB), aliado histórico PT, não está satisfeito com os discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois que ele deixou a prisão na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Lula é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro a mais de 8 anos, mas cumpriu 580 dias de prisão até ser solto em 8 de novembro de 2019, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo reportagem da Folha, a relação com o PT é um dos alvos de debate de um encontro que o PSB realiza, desde quinta-feira (27), no Rio de Janeiro.
No partido, diz a reportagem da jornalista Catia Seabra, os recentes discursos do ex-presidente Lula contrariam até seus mais veementes defensores, como é o caso do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho.
Para Coutinho, as falas de Lula após sua soltura isolam o PT. Em reunião com o comando petista, o ex-presidente disse, por exemplo, que o PT não nasceu para ser um partido de apoio.
O ex-governador da Paraíba diz que esse não era o papel que se esperava de Lula.
“Lula se portou muito mais como chefe de partido. O papel dele deveria ser de um líder com estatura para aglutinar mundialmente setores afinados com a democracia. Não entendi essa expressão mais localizada”, criticou Coutinho, que conversou com o ex-presidente três dias após sua libertação, mas não após os discursos endereçados ao PT.
No Congresso do partido, ocorrido no dia 22, de acordo com a Folha, Lula queixou-se de o PT ser cobrado a fazer um mea culpa, enquanto não se exige o mesmo de outras siglas.
Divergência
Nas palavras de Lula, “a autocrítica que o Brasil espera é a dos que apoiaram, nos últimos três anos, a implantação do projeto neoliberal que não deu certo em lugar nenhum do mundo”.
Essas declarações também foram criticadas por dirigentes do PSB, que busca descolar sua imagem à do PT.
“Se o PT acha que não precisa fazer autocrítica, essa já é nossa maior diferenciação”, disse o ex-governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg na reportagem da Folha.
Em seu discurso de abertura da Conferência Nacional da Autorreforma, o presidente do PSB, Carlos Siqueira (foto ), disse que o partido tem que assumir responsabilidade pelo trágico cenário que levou à eleição do presidente Jair Bolsonaro
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Foto: Divulgação/PSB nacional