O Partido dos Trabalhadores no Amazonas poderá ser enquadrado pela cúpula nacional a ter que apoiar a reeleição do senador Eduardo Braga (MDB), a quem os petistas chamaram de golpista quando o parlamentar votou, em maio de 2016, pela queda do governo Dilma Rousseff, do qual foi ministro.
Ontem, em sua versão eletrônica, a Folha de S.Paulo revelou haver uma articulação , puxada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), com o apoio do ex-presidente da República Lula da Silva, para fazer com que PT e MDB estejam aliançados nas próximas eleições.
Essa articulação prevê a criação de um movimento de dissidência dentro do MDB para minar a candidatura à reeleição do presidente da República, Michel Temer.
Segundo a Folha, Braga, velho aliado de Renan, entra nessa movimentação porque o senador alagoano, de pronto, conta com o MDB-AM para colher apoio dos diretórios regionais para lançar uma chapa de oposição a Temer na convenção nacional do partido, marcada para junho.
Essa convenção é a que decidirá o candidato do partido à disputa presidencial.
A contrapartida dessa rebelião, caso tope mudar de lado, diz o jornal, é o apoio do PT nos estados.
“Caso aceitem mudar de lado, teriam o apoio do PT ou de outro partido de esquerda em uma coligação local”, escreve a Folha.
Jamais
Dirigente do PT-AM ouvido pelo BNC Amazonas na manhã desta quarta-feira, dia 25, respondeu que essa hipótese “jamais” foi tratada nem vigorará, segundo ele, caso seja apresentada no estado.
O presidente regional do partido, Sinésio Campos, foi procurado pelo site. Em mensagem, respondeu que iria checar a informação com a direção nacional do partido.
Vanessa
O que já começou a ser discutido no PT-AM, segundo outras fontes do partido, foi o apoio da legenda à candidatura da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) à reeleição.
Vanessa foi o principal nome da defesa de Dilma Rousseff em seu processo de impeachment, no Senado.
Idas e vindas
PT e MDB já estiveram juntos no Amazonas. Em 2014, fizeram dobradinha, com Braga ao governo e Francisco Praciano ao Senado (foto ), mas Praciano, que nunca concordou com a orientação da nacional, é um crítico daquele arranjo eleitoral.
Foto: Reprodução/Facebook