Na chegada de Regina, séries LGBT não passam na seleção do governo
Quatro projetos que foram citados por Bolsonaro em vídeo atacando o edital não foram selecionados para receber recurso

Mariane Veiga
Publicado em: 21/01/2020 às 20:03 | Atualizado em: 21/01/2020 às 20:03
Foi divulgado nesta terça-feira, 21, dia em que a atriz Regina Duarte respondeu ao governo que aceita o cargo de secretária de Cultura, o resultado do edital público com linhas de financiamento para séries LGBT, que teve projetos atacados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em agosto do ano passado.
O governo federal chegou a cancelar o processo de seleção, porém a Justiça suspendeu o decreto e manteve a chamada.
Os quatro projetos de série que foram citados por Bolsonaro em vídeo atacando o edital (“Afronte”, “Transversais”, “Religare queer” e “Sexo reverso”) não foram selecionadas para receber o recurso.
As produções estavam entre as finalistas do processo e foram criticadas pelo presidente por conta da temática LGBT apresentada nas sinopses dos projetos.
“É, no mínimo, muito curioso que todos os quatro projetos que o presidente anunciou publicamente que ‘abortaria’ não estejam contemplados no edital”, disse Émerson Maranhão, diretor de “Tranversais”.
Foram contemplados, em duas categorias (Diversidade e Sexualidade), nove projetos.
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Acusação de censura
A tentativa de cancelar o edital levou à demissão do então secretário especial da Cultura, Henrique Pires. Ele acusou o governo de censura (“Para ficar e bater palma pra censura, eu prefiro cair fora”, afirmou na época) e disse não concordar com a criação de filtros na cultura defendida por Bolsonaro.
Lançado em 13 de março de 2018, a seleção tem um orçamento total de R$ 70 milhões, provenientes do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
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Foto: Reprodução/Twitter/Bolsonaro