RejeiĂ§Ă£o a Bolsonaro na pandemia bate recorde e chega a 54%
A mĂ¡ imagem do presidente, que dificultou o inĂcio do ora lento processo de vacinaĂ§Ă£o, impacta diretamente a avaliaĂ§Ă£o geral de seu governo

Publicado em: 17/03/2021 Ă s 09:09 | Atualizado em: 17/03/2021 Ă s 10:16
A rejeiĂ§Ă£o ao trabalho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na gestĂ£o da pandemia da covid-19 disparou ao maior nĂvel desde que a crise sanitĂ¡ria começou, hĂ¡ um ano.
Segundo o Datafolha, 54% dos brasileiros veem sua atuaĂ§Ă£o como ruim ou pĂ©ssima na semana em que foi apresentado o quarto ministro da SaĂºde de seu governo.
Na pesquisa passada, realizada em 20 e 21 de janeiro, 48% reprovavam o trabalho de Bolsonaro na pandemia.​
Na rodada atual do Datafolha, o Ăndice daqueles que acham sua gestĂ£o da crise Ă³tima ou boa passou de 26% para 22%, enquanto quem a vĂª como regular foi de 25% para 24%. NĂ£o opinaram 1%.
O instituto ouviu por telefone 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
Consideram o presidente o principal culpado pela fase aguda da pandemia, que jĂ¡ matou mais de 280 mil no paĂs e vĂª um colapso nacional do sistema de saĂºde devido ao pico de infecções, 43% dos ouvidos.
JĂ¡ os governadores de estado, que em grande parte tĂªm se batido com o governo federal por defenderem medidas mais rĂgidas de isolamento social, sĂ£o vistos como culpados por 17%. Prefeitos ficam com 9% das menções.
43% acreditam que Bolsonaro Ă© o principal culpado pela situaĂ§Ă£o atual da crise
A mĂ¡ imagem do presidente, que dificultou o inĂcio do ora lento processo de vacinaĂ§Ă£o, impacta diretamente a avaliaĂ§Ă£o geral de seu governo. Segundo aferiu o Datafolha, ela segue no pior nĂvel desde que Bolsonaro assumiu, em 2019.
Reprovam o presidente 44%, uma oscilaĂ§Ă£o positiva quase saindo do limite da margem de erro ante os 40% registrados em janeiro. A aprovaĂ§Ă£o e o julgamento como regular seguem estĂ¡veis, de 31% para 30% e de 26% para 24%, respectivamente.
O cenĂ¡rio agora repete o pior jĂ¡ registrado, em junho do ano passado, embora seja notĂ¡vel a manutenĂ§Ă£o da base de apoio do presidente em cerca de um terço da populaĂ§Ă£o, apesar da crise.
Nas duas medições seguintes, sob o impacto do auxĂlio emergencial, visitas ao Nordeste e o arrefecimento do embate institucional por parte de Bolsonaro, o presidente viu sua popularidade crescer.
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Com o fim do auxĂlio, conjugado com o recrudescimento da pandemia devido Ă s novas e mais transmissĂveis variantes do Sars-CoV-2, a curva voltou a se inverter.
Bolsonaro se aproxima agora da mĂ¡ avaliaĂ§Ă£o atĂ© aqui recordista para um presidente eleito em primeiro mandato desde 1989.
No mesmo ponto do mandato, em 1992, Fernando Collor (PRN) era rejeitado por 68% e tinha 21% de avaliaĂ§Ă£o regular. SĂ³ que seu apoio, jĂ¡ com o impeachment como realidade polĂtica, era menor que o registrado por Bolsonaro: 9%.
Todos os outros nomes neste estĂ¡gio, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), se saem muito melhor que o atual mandatĂ¡rio mĂ¡ximo.
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