Revelados interesses por trás da insistência de Bolsonaro com cloroquina

Material obtido com exclusividade pela mídia revela o interesse no "tratamento precoce" e porque Pazuello mentiu no Senado

Defesa e Saúde se contradizem sobre a produção de cloroquina no país

Ferreira Gabriel

Publicado em: 03/03/2021 às 09:39 | Atualizado em: 03/03/2021 às 09:39

Um documento do Exército obtido pela Revista CartaCapital revelou os interesses do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com o uso da cloroquina em “tratamento precoce” contra a Covid-19. Esses dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.

Conforme revela a reportagem da revista, o principal objetivo era lucrar com o comércio do “kit Covid”, que cresceu ano passado 550% e movimentou mais de 500 milhões de reais.

Diante desse cenário, empresários apoiadores de Bolsonaro também têm lucrado alto com o medicamento. Em suma, o presidente da república tem sido maior garoto-propaganda do medicamento sem comprovação científica de eficácia contra a doença.

Mentira de Pazuello no Senado

Em 11 de janeiro, o general Eduardo Pazuello sentou-se diante dos senadores para uma audiência pública.

Durante a sabatina Pazuello negou naquela tarde, aos senadores e aos jornalistas presentes, que o governo financiasse, divulgasse ou orientasse o uso de cloroquina e de outros medicamentos sem comprovação no combate à Covid-19.

“O Ministério da Saúde não define qual remédio é usado para protocolo de remédio”, afirmou.

Por outro lado, foi revelado que “em 17 de junho de 2020”, descreve o texto, “foram expedidas novas Orientações do Ministério da Saúde para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da COVID-19, a respeito da prescrição de medicamentos, incluindo novamente a Cloroquina.

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Foto: Carolina Antunes/PR