Os muitos rolos do lobista do caso Covaxin que CPI tenta interrogar

Festas privativas sempre estiveram na agenda do lobista influente, com uma delas virando até caso de polícia em Brasília-DF

Publicado em: 03/09/2021 Ă s 13:09 | Atualizado em: 03/09/2021 Ă s 13:09

Lobista acusado de fugir do depoimento Ă  CPI da Covid-19, Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, 39 anos, Ă© acostumado com inĂºmeros rolos.

O advogado sempre aproveitou a amizade com filhos de desembargadores federais e empresĂ¡rios influentes para ampliar o lobby em Ă³rgĂ£os federais e tribunais superiores.

Festas privativas sempre estiveram na agenda do lobista influente. Tudo isso se deu com bom trĂ¢nsito no MinistĂ©rio da SaĂºde, e de laços estreitos com parentes e pessoas prĂ³ximas ao presidente Jair Bolsonaro.

Uma das noitadas comandadas por Marconny virou caso de polĂ­cia. Ele aproveitou para tirar fotos Ă­ntimas e gravar vĂ­deos sem o consentimento de trĂªs mulheres, apĂ³s todas terem consumido bebidas alcĂ³olicas.

A festa, ocorrida em um apartamento do lobista em BrasĂ­lia-DF, em 18 de abril de 2018, contou com a participaĂ§Ă£o de deputados e servidores pĂºblicos do alto escalĂ£o.

Em depoimentos prestados Ă  PolĂ­cia Civil do Distrito Federal (PCDF), trĂªs jovens entre 24 e 26 anos contaram terem sido surpreendidas com fotos de suas partes Ă­ntimas circulando em grupos de WhatsApp. As imagens, segundo delas, foram feitas por Marconny, que usou o prĂ³prio celular.

Leia mais

CPI da covid desiste da conduĂ§Ă£o coercitiva de lobista da Precisa

Rolo com Porsche

Figura de destaque nos palanques das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), onde costumava discursar, o lobista também encontrava tempo para alimentar uma de suas paixões: os carros esportivos.

Em novembro de 2015, Marconny voltou a ser alvo de apuraĂ§Ă£o policial apĂ³s confusĂ£o envolvendo a venda de uma SUV Porsche Cayenne S.

O lobista vendeu o carro de luxo para um engenheiro por meio de um contrato de compra e venda. O acordo foi que o novo dono quitaria o Ă¡gio atrasado e pagaria as parcelas restantes, no valor de R$ 10,9 mil cada.

No entanto, um ano apĂ³s a compra, o carro foi apreendido pelo Departamento de TrĂ¢nsito (Detran) em razĂ£o de dĂ©bitos de IPVA e licenciamento.

O engenheiro procurou Marconny, avisando que quitaria todas as dĂ­vidas para que ele pudesse retirar o carro do pĂ¡tio. Depois de pagos os dĂ©bitos, o lobista retirou o veĂ­culo, mas nĂ£o o devolveu ao comprador.

ApĂ³s registrar ocorrĂªncia, a PCDF determinou a expediĂ§Ă£o de ofĂ­cio ao Detran para incluir restriĂ§Ă£o administrativa no sistema e tentar apreender o Porsche novamente.

O engenheiro procurou Marconny, avisando que quitaria todas as dĂ­vidas para que ele pudesse retirar o carro do pĂ¡tio. Depois de pagos os dĂ©bitos, o lobista retirou o veĂ­culo, mas nĂ£o o devolveu ao comprador. ApĂ³s registrar ocorrĂªncia, a PCDF determinou a expediĂ§Ă£o de ofĂ­cio ao Detran para incluir restriĂ§Ă£o administrativa no sistema e tentar apreender o Porsche novamente.

Em dezembro de 2015, o lobista e o engenheiro voltaram juntos Ă  delegacia informando que haviam feito um novo acordo e assinaram um distrato de instrumento particular de compra e venda do Porsche. ApĂ³s a juntada dos documentos na ocorrĂªncia, a PCDF retirou a restriĂ§Ă£o do veĂ­culo.

Leia mais no Metropoles

Foto: ReproduĂ§Ă£o