Rombo superior a R$ 20 milhões em fraude do seguro-desemprego

Publicado em: 06/06/2019 Ă s 19:14 | Atualizado em: 06/06/2019 Ă s 19:14
O MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) em SĂ£o Paulo denunciou 20 pessoas acusadas de participar de um esquema de fraudes no seguro-desemprego. Segundo as investigações, o grupo causou prejuĂzo de mais de R$ 20 milhões aos cofres pĂºblicos, sacando mais de 13 mil parcelas do benefĂcio entre 2015 e 2019.
Para fraudar o benefĂcio, diz o MPF, a organizaĂ§Ă£o criminosa usou 408 empresas de fachada em vĂ¡rios estados, conforme publicaĂ§Ă£o na AgĂªncia Brasil.
A apuraĂ§Ă£o começou em outubro de 2017, a partir da denĂºncia de um trabalhador rural de Presidente Prudente, interior paulista, segundo o qual alguĂ©m estaria recebendo indevidamente seguro-desemprego no nome dele.
O esquema usava as empresas de fachada para simular vĂnculo empregatĂcio e demissões falsas e assim receber o benefĂcio.
Para isso, eram falsificados diversos documentos, como carteiras de identidade, carteiras de trabalho, holerites e comprovantes de depĂ³sito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
De acordo com a investigaĂ§Ă£o, a atuaĂ§Ă£o em diversos estados era uma forma de evitar que os membros da quadrilha fossem reconhecidos quando estivessem solicitando os benefĂcios fraudulentos.
LĂderes presos
Na primeira fase da OperaĂ§Ă£o Mendacium, realizada em setembro de 2018, foram presos os dois homens apontados como lĂderes do grupo.
Também foram apreendidas carteiras de identidade e de trabalho em branco, além de dezenas de outras com nomes diferentes e a mesma fotografia.
Na segunda fase, em abril deste ano, foram presas 10 pessoas que, segundo a apuraĂ§Ă£o, continuavam com o esquema de fraudes, mesmo apĂ³s a primeira aĂ§Ă£o policial.
Os acusados estĂ£o sendo processados por estelionato e organizaĂ§Ă£o criminosa.
O MPF pediu ainda indenizaĂ§Ă£o Ă UniĂ£o de R$ 205,5 milhões, dez vezes o montante que se pĂ´de provar que foi adquirido pelo grupo com as fraudes.
A procuradoria, no entanto, afirma que hĂ¡ indĂcios de que o grupo atuava hĂ¡ vĂ¡rios anos, antes de ser alcançado pela investigaĂ§Ă£o.
O valor divulgado Ă© uma estimativa da real extensĂ£o do prejuĂzo causado aos cofres pĂºblicos pela organizaĂ§Ă£o.
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Foto: DivulgaĂ§Ă£o/MPF-SP