Ministério da Saúde admite ineficácia do ‘kit covid’ defendido por Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro é o principal defensor do uso dos remédios

Defesa e Saúde se contradizem sobre a produção de cloroquina no país

Ferreira Gabriel

Publicado em: 14/07/2021 às 11:59 | Atualizado em: 14/07/2021 às 12:00

O Ministério da Saúde admitiu em documentos enviados à CPI da Covid essa semana que medicamentos que compõem o chamado “kit covid”, são ineficazes contra o vírus. O presidente Jair Bolsonaro é o principal defensor do uso dos remédios.

“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz documento.

Duas notas técnicas foram entregues à comissão por um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE).

Os medicamentos são os mesmos usados para tratamento precoce, que são defendidos por apoiadores do governo. Além disso, foram indicados pelo aplicativo do Ministério da Saúde, TrateCov, em Manaus (AM) em janeiro, no auge da crise de oxigênio no estado. A plataforma saiu do ar após a pasta alegar invasão hacker.

Em suma, a CPI apura se a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde influenciou o atraso na compra das vacinas. Dessa forma, ajudou no favorecimento de laboratórios e a compra de medicamentos do “kit covid” sem eficácia para o tratamento da doença.

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Foto: Carolina Antunes/PR