O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) recorreu da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF ) André Mendonça que negou investigar operações imobiliárias do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua família. Randolfe integra a campanha à Presidência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No pedido anterior feito pelo parlamentar, Randolfe pediu a tomada de depoimentos, bloqueio de contas e apreensão de celulares e computadores para perícia com base em reportagens do UOL, mas Mendonça negou esse pedido. Os textos apontaram uso de dinheiro vivo na compra de 51 dos 107 imóveis comprados ao longo de trinta anos por Bolsonaro e seus parentes.
“Tal medida acautelatória é, por pressuposto, urgente, na medida em que há real risco de iminente apagamento de todos os dados que porventura impliquem o Presidente da República em atos criminosos”, afirmou Randolfe no pedido para que Mendonça reconsidere sua decisão.
Caso o ministro do STF negue esse recurso, o senador pede que o caso seja enviado para julgamento no plenário virtual da Corte, para que os demais ministros avaliem a decisão de Mendonça.
“Afinal, se o Presidente da República interfere na gestão de patrimônio público, que é de todos os brasileiros e usado exclusivamente em seu prol, é direito de todos os brasileiros conhecer os fatos”, disse o senador Randolfe Rodrigues.
Pedido foi feito sem provas, disse Mendonça
Na decisão do último sábado (24) que negou o pedido de investigação protocolado por Randolfe, Mendonça argumentou que as imputações apresentadas pelo senador foram extraídas apenas de reportagens “sem que tenham sido apresentados indícios ou meios de prova minimamente aceitáveis que corroborem as informações contidas na referida matéria jornalística”.
O ministro ainda disse que as reportagens eram “ilações”. “Um conjunto de ilações e conjecturas de quem produziu a matéria, o que a posiciona melhor na categoria de mera opinião/insinuação do que descritiva de qualquer ilicitude, em termos objetivos”.
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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado