Sindicatos sentem queda de 88% na receita sem o Imposto Sindical

Publicado em: 04/06/2018 às 14:12 | Atualizado em: 04/06/2018 às 14:12
Os sindicatos brasileiros sofreram um duro golpe nas suas receitas desde a queda do Imposto Sindical na reforma trabalhista, sancionada em novembro de 2017.
Depois da entrada em vigor da lei reformada, as entidades viram sua arrecadação despencar 88% nos quatro primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Enxutos, os sindicatos querem contornar o baque se mostrando mais atuantes junto aos trabalhadores e tentam compensar parte da queda de receita com a conquista de novos associados.
As mudanças nas leis trabalhistas drenaram recursos dos sindicatos, de acordo com o Uol.
Apenas em abril, o volume total arrecadado pelas associações que representam trabalhadores foi de R$ 102,5 milhões – uma queda de 90% em relação ao mesmo mês de 2017.
Isso porque, com a nova legislação, em vigor há mais de seis meses, a cessão obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, que era destinada a sindicatos, centrais e federações que representam as categorias, foi extinta.
A contribuição ainda existe, mas agora é voluntária, e a empresa só pode fazer o desconto com uma autorização, por escrito, do funcionário.
As centrais sindicais foram denunciadas por uso abusivo do Imposto Sindical em suas atividades por anos.
“A extinção da contribuição fragilizou as entidades”, diz Clemente Ganz Lúcio (foto), diretor-técnico nacional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Os sindicatos agora questionam na Justiça e buscam uma alternativa de financiamento coerente com o princípio da autonomia dos empregados”.
Foto: Reprodução/Brasil247