STF manda anexar nova investigação contra Bolsonaro sobre MEC 

Anexação de novos pedidos será ao primeiro inquérito, que está em andamento na suposta corrupção do então ministro Milton Ribeiro

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 27/09/2022 às 17:06 | Atualizado em: 27/09/2022 às 17:06

O STF (Supremo Tribunal Federal), por meio da ministra Cármen Lúcia, mandou anexar novos pedidos de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) a inquérito em andamento sobre suposta corrupção no MEC (Ministério da Educação). 

Inicialmente, a ministra do STF mandou arquivar o inquérito por considerar desnecessário abrir novo inquérito para uma mesma denúncia. 

A denúncia contra Bolsonaro começou em março deste ano por causa das acusações de corrupção no ministério sob a gestão de Milton Ribeiro. 

“Os fatos narrados nestes autos estão sendo investigados no Inquérito 4896, órgão judicial competente para conhecer e julgar o caso relativamente aos detentores de foro especial. (…) Determino que a Secretaria Judiciária extraia cópia integral desta petição e faça a imediata juntada no Inquérito 4896. Ultimado o procedimento, arquive-se a presente Petição”, decidiu a ministra.  

O mesmo despacho foi adotado nos três pedidos de investigação.

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Velho inquérito 

O inquérito 4896 ao qual a ministra se refere foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República no início deste ano.  

O caso chegou a ser encaminhado à primeira instância após Milton Ribeiro ser exonerado e ter pedido o foro privilegiado. Diante de acusações de que Bolsonaro teria interferido na investigação, porém, o caso voltou ao STF e agora tramita em sigilo. 

O ex-ministro Milton Ribeiro é acusado de ter participado de um esquema de corrupção que beneficiava alguns pastores aliados do governo. Prefeitos de várias cidades relataram ter recebido pedidos de propina por parte dos pastores. 

Suposta prova 

Em um áudio divulgado pela Folha de S.Paulo revelado neste ano mostrou uma fala de Ribeiro em que o ex-ministro diz priorizar liberação de verbas de prefeituras cujos pedidos foram negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos, a pedido de Bolsonaro. 

Com informações de Gabriela Coelho e Gabriel Hirabahasida, da CNN Brasil 

Foto: CNJ/divulgação