STF manda Bolsonaro divulgar coronavírus por completo

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes vem após um fim de semana conturbado, quando o Ministério da Saúde retirou do ar todos os acumulados de casos

STF COBRANCA IMPROBIDADE

Publicado em: 09/06/2020 às 09:05 | Atualizado em: 09/06/2020 às 09:05

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na noite de segunda-feira (8), que o Ministério da Saúde volte a divulgar os dados acumulados sobre o novo coronavírus.

Alexandre de Moraes tinha sido definido, ainda nesta segunda, como relator de uma ação protocolada por partidos políticos. Sobretudo que questionaram a mudança na forma de divulgação dos dados.

“Decido determinar ao ministro da Saúde que mantenha, em sua integralidade, a divulgação diária dos dados epidemiológicos relativos à pandemia (covid-19), inclusive no sítio do Ministério da Saúde e com os números acumulados de ocorrências, exatamente conforme realizado até o último dia 4 de junho”, disse Moraes.

A decisão vem após um fim de semana conturbado, quando o Ministério da Saúde retirou do ar todos os acumulados de casos. Assim como as mortes pelo novo coronavírus. Dessa forma, passando a divulgar apenas o relatório com os novos números.

A ordem foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro que, na sexta-feira (5), confirmou a mudança.

“É para pegar o dado mais consolidado e tem que divulgar os mortos no dia. Por exemplo, ontem, praticamente dois terços dos mortos eram de dias anteriores, dos mais variados possíveis. Tem que divulgar o do dia. O resto consolida para trás”, disse.

Boicote

Como estratégia para supostamente atrapalhar a rotina dos noticiários, a determinação de passar a divulgar os dados após as 22h já havia sido incorporada dias antes.

Ao ser questionado sobre suposta tática, o presidente disse: “Acabou matéria do Jornal Nacional.”

Em resposta ao “boicote”, a Rede Sustentabilidade, PSOL e o PCdoB entraram com a ação na Justiça.

Na decisão, o ministro deu prazo de 48 horas para que a Advocacia Geral da União (AGU) prestasse as informações “que entender necessárias”.

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Foto: Foto: SCO/STF/Arquivo

 

 

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