STF dá prazo a Queiroga para explicar nota contra vacinas

O Ministério da Saúde emitiu nota técnica através de secretaria contrariando a eficácia das vacinas e a favor da cloroquina

Publicado em: 26/01/2022 às 15:53 | Atualizado em: 26/01/2022 às 15:54

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou prazo de cinco dias para o secretário Helio Angotti Neto, explicar a nota técnica que contraria as vacinas e a ciência. Angotti Neto é responsável pela área de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Contrariando a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a comunidade científica, a secretaria coordenada por Angotti soltou nota afirmando que as vacinas não têm demonstração de segurança.

No entanto, as vacinas contra a Covid são internacionalmente reconhecidas como método mais seguro de prevenção contra a doença.

No documento, a secretaria do Ministério da Saúde também afirma que a hidroxicloroquina demonstrou segurança como uma tecnologia de saúde para a Covid – o que não tem respaldo científico.

A ministra Rosa Weber determinou ainda que o secretário se manifeste sobre a ação do partido Rede que, além de contestar a nota técnica, pede para que ele saia do cargo.

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Alteração

A nota técnica questionada pela Rede foi publicada na última sexta-feira (21). Após as críticas e as cobranças dos especialistas, o Ministério da Saúde, nesta quarta (26), retirou da nota a tabela que dizia que as vacinas não são seguras e que a hidroxicloroquina é eficaz para a Covid.

Mas o texto mantém a defesa da Saúde do uso dos medicamentos do “kit Covid”, comprovadamente ineficazes para a Covid.

A nova nota técnica foi publicada no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).

As diretrizes da Conitec, aprovadas em maio e dezembro do ano passado, eram de não usar remédios como a cloroquina, a azitromicina, a ivermectina e outros medicamentos sem eficácia para tratar a doença – tanto em ambulatórios (casos leves) como em hospitais, quando o paciente está internado. Ambas foram rejeitadas pelo ministério.

Mas o Ministério da Saúde rejeitou as orientações da Conitec.

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Foto: Reprodução Agência Brasil REUTERS/Yves Herman