Anderson Torres recusa posto de ‘mĂ¡rtir’ e frustra bolsonaristas
Bolsonaristas do Congresso planejavam uma agenda frequente de visitas de polĂticos a ele, na intenĂ§Ă£o de chamar mais atenĂ§Ă£o para sua prisĂ£o.

Publicado em: 23/04/2023 Ă s 15:00 | Atualizado em: 23/04/2023 Ă s 17:52
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso desde janeiro, frustrou os planos de lideranças bolsonaristas do Congresso que planejavam uma agenda frequente de visitas de polĂticos a ele, na intenĂ§Ă£o de chamar mais atenĂ§Ă£o para sua prisĂ£o e transformĂ¡-lo em um “mĂ¡rtir”.
Segundo apuraĂ§Ă£o da jornalista Bela Megale, publicada em sua coluna no portal do jornal O GLOBO, os advogados de Torres e o prĂ³prio ex-ministro rejeitaram a iniciativa, pois consideram que ele precisa se afastar de qualquer politizaĂ§Ă£o em sua estratĂ©gia de defesa.
AlĂ©m disso, avaliam que uma agenda de visitas de bolsonaristas poderia ser vista como um movimento de provocaĂ§Ă£o ao JudiciĂ¡rio.
Desde que trocou de advogado, no mĂªs passado, Torres e sua nova banca buscam afastar qualquer viĂ©s polĂtico da defesa.
Segundo a apuraĂ§Ă£o de Megale, a conclusĂ£o Ă© que ter sido assessorado por um criminalista indicado pelo senador FlĂ¡vio Bolsonaro nĂ£o ajudou em nada o ex-ministro.
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Nesta sexta-feira (21/4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou o pedido de liberdade de Torres, mesmo com manifestaĂ§Ă£o favorĂ¡vel do MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) para que ele fosse solto.
Torres Ă© suspeito de conivĂªncia ou omissĂ£o diante dos atos antidemocrĂ¡ticos que ocorreram em BrasĂlia, em 8 de janeiro.
Leia mais na coluna de Bela Megale no portal do jornal O GLOBO
PF ouve militares do GSI
A PolĂcia Federal (PF) toma hoje (23) o depoimento de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que foram identificados em imagens gravadas dentro do PalĂ¡cio do Planalto em 8 de janeiro. As oitivas estĂ£o sendo realizadas na sede da corporaĂ§Ă£o em BrasĂlia.
A PF intimou nove militares que foram identificados nas gravações pelo ministro interino do GSI, apĂ³s assumir o cargo. Os nomes dos servidores nĂ£o foram divulgados oficialmente.
Na sexta-feira (21/4), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas, determinou que todos fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas.
A medida foi tomada apĂ³s as gravações de cĂ¢meras de segurança do Planalto, divulgadas pela CNN Brasil, mostrarem o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e outros servidores no interior do PalĂ¡cio do Planalto durante os atos. Dias pediu demissĂ£o do cargo apĂ³s o surgimento das imagens.
Moraes tambĂ©m determinou a quebra do sigilo das imagens captadas durante a invasĂ£o do PalĂ¡cio do Planalto para envio Ă investigaĂ§Ă£o que estĂ¡ em andamento no STF.
As imagens estavam em poder do GSI e foram utilizadas como provas iniciais para justificar a abertura de sindicĂ¢ncia contra os envolvidos.
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Foto: Wilson Dias/AgĂªncia Brasil