O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso desde janeiro, frustrou os planos de lideranças bolsonaristas do Congresso que planejavam uma agenda frequente de visitas de políticos a ele, na intenção de chamar mais atenção para sua prisão e transformá-lo em um “mártir”.
Segundo apuração da jornalista Bela Megale, publicada em sua coluna no portal do jornal O GLOBO, os advogados de Torres e o próprio ex-ministro rejeitaram a iniciativa, pois consideram que ele precisa se afastar de qualquer politização em sua estratégia de defesa.
Além disso, avaliam que uma agenda de visitas de bolsonaristas poderia ser vista como um movimento de provocação ao Judiciário.
Desde que trocou de advogado, no mês passado, Torres e sua nova banca buscam afastar qualquer viés político da defesa.
Segundo a apuração de Megale, a conclusão é que ter sido assessorado por um criminalista indicado pelo senador Flávio Bolsonaro não ajudou em nada o ex-ministro.
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Nesta sexta-feira (21/4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou o pedido de liberdade de Torres, mesmo com manifestação favorável do Ministério Público Federal (MPF) para que ele fosse solto.
Torres é suspeito de conivência ou omissão diante dos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, em 8 de janeiro.
Leia mais na coluna de Bela Megale no portal do jornal O GLOBO
PF ouve militares do GSI
A Polícia Federal (PF) toma hoje (23) o depoimento de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que foram identificados em imagens gravadas dentro do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. As oitivas estão sendo realizadas na sede da corporação em Brasília.
A PF intimou nove militares que foram identificados nas gravações pelo ministro interino do GSI, após assumir o cargo. Os nomes dos servidores não foram divulgados oficialmente.
Na sexta-feira (21/4), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas, determinou que todos fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas.
A medida foi tomada após as gravações de câmeras de segurança do Planalto, divulgadas pela CNN Brasil, mostrarem o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e outros servidores no interior do Palácio do Planalto durante os atos. Dias pediu demissão do cargo após o surgimento das imagens.
Moraes também determinou a quebra do sigilo das imagens captadas durante a invasão do Palácio do Planalto para envio à investigação que está em andamento no STF.
As imagens estavam em poder do GSI e foram utilizadas como provas iniciais para justificar a abertura de sindicância contra os envolvidos.
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil