Três anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), famílias ainda vivem a angústia da tragédia que começou no dia 25 de janeiro de 2019.
Hoje, a área atingida pelo rejeito de minério virou um grande canteiro de obras. Máquinas e tratores fazem a limpeza do local praticamente durante todo o dia.
No deste início do ano, a chuva que caiu em Brumadinho forçou o Corpo de Bombeiros a interromper as buscas.
“O trabalho deve ser retomado a partir do dia 8, 9 de fevereiro. Nesse momento estão sendo realizadas intervenções para garantir a estabilidade e a segurança dos militares, mas o planejamento e acompanhamento dessas ações continuam”, afirma o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Desde o dia 25 de janeiro de 2019, a operação em Brumadinho só tinha sido suspensa em dois momentos. O primeiro, de março a agosto de 2020, e o segundo, de março a agosto de 2021, em cumprimento a determinação do Comitê de Enfrentamento à Covid do estado.
Nos dois períodos, Minas Gerais enfrentava, até então, as fases mais críticas da pandemia.
De acordo com a corporação, cerca de 4,2 mil bombeiros já atuaram nas buscas em Brumadinho. O trabalho não tem data para terminar.
O compromisso dos militares é devolver às famílias todas as vítimas da tragédia.
No retorno das buscas, as equipes do Corpo de Bombeiros vão contar com esteiras desenvolvidas exclusivamente para a operação. As estações já estão sendo montadas.
Identificação
Em Belo Horizonte, o trabalho de identificação também continua. Em três anos, 264 vítimas localizadas foram identificadas.
Até o dia 10 de janeiro, 900 casos foram solucionados. Isso representa 94% de todos os materiais que chegaram ao Instituto Médico-Legal (IML).
De acordo com a Polícia Civil, nesses casos, estão incluídos as identificações, reidentificações e segmentos não humanos.
“A sensação de entrar aqui e ver o Instituto Médico-Legal coberto de lama, de encontrar todas as mesas de necropsia, todos os materiais cobertos por uma lama que não era de terra. Era uma lama de ferro. Aquela imagem está bem viva na minha cabeça, era um outro lugar”, relembra o medico-legista Ricardo Moreira, que chefiava a equipe do IML na época do rompimento
Sessenta e um casos estão sob análise. Em nota, a Polícia Civil afirmou que eles já “foram examinados e periciados, mas sua identificação não foi possível por outros métodos (papiloscopia, odontologia, antropologia) e seguem para exame de DNA”. Na fase atual, cerca de 30 servidores são responsáveis pelo trabalho de identificação.
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Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros