Veja o que diz Bolsonaro em áudios de celular apreendido em 2023

Mensagens revelam articulação contra Moraes, preocupação com o agro e rechaça ao preojeto de lei das fake news.

Publicado em: 29/07/2025 às 09:48 | Atualizado em: 29/07/2025 às 09:48

Apreendidos em 2023 pela Polícia Federal (PF), áudios do celular de Jair Bolsonaro (PL) revelam que o ex-presidente orientou aliados a assinarem pedido de CPI contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e demonstrou preocupação em manter o apoio do agronegócio. As mensagens também mostram conversas com um ex-embaixador de Israel e alertas sobre o uso de notícias falsas.

O conteúdo foi divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Estadão e foi extraído do celular de Bolsonaro durante a operação que investigava fraudes em certificados de vacinação, deflagrada em 3 de maio de 2023.

Em uma das conversas, de 26 de abril de 2023, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) pergunta se deveria assinar o pedido de CPI contra o TSE e o STF. Bolsonaro respondeu: “Eu assinaria. Sempre existe a possibilidade de retaliações”. Logo após, o parlamentar informou que assinou. A CPI, proposta em 2022, nunca saiu do papel.

Fake news

Em outra troca, Bolsonaro orienta o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a trabalhar contra o projeto de lei das fake news, apelidado por bolsonaristas de “PL da Censura”. Em 2 de maio de 2023, ele alertou Eduardo sobre a possível votação da proposta naquele dia.

Agronegócio

O ex-presidente também usou mensagens para demonstrar preocupação com o setor agropecuário no início do governo Lula. Enviou alertas a aliados sobre demarcações de terras indígenas e ações do MST. “Cada vez mais problemas para o agro”, escreveu. E acrescentou: “Com Bolsonaro: ZERO demarcações”.

Ele ainda mencionou que ficou hospedado em uma fazenda cedida pelo empresário Paulo Junqueira durante a Agrishow, em 2023. O nome de Junqueira já apareceu em investigações da PF, que apuram se ele bancou a estadia de Bolsonaro nos EUA com dinheiro vivo.

Por fim, os áudios mostram trocas com o assessor Tércio Arnaud Tomaz, ligado ao chamado “gabinete do ódio”. Tércio alertou Bolsonaro para ter cuidado com vídeos ligados ao 8 de Janeiro, para evitar acusações de disseminação de notícias falsas. “Vai causar polêmica. Certo ou errado”, escreveu o assessor.

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil