ZFM: empresas e transportadoras se antecipam Ă  vazante dos rios

IndĂºstrias e operadores logĂ­sticos na Zona Franca de Manaus antecipam produĂ§Ă£o e investem em infraestrutura para enfrentar a seca na Bacia AmazĂ´nica em 2024.

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Publicado em: 09/08/2024 Ă s 13:14 | Atualizado em: 09/08/2024 Ă s 13:26

Com a iminente repetiĂ§Ă£o de uma grande seca na Bacia AmazĂ´nica, indĂºstrias na Zona Franca de Manaus (ZFM), operadores logĂ­sticos e governos estĂ£o em alerta para mitigar os impactos sobre o transporte de insumos e escoamento de produĂ§Ă£o.

Com os rios apresentando nĂ­veis crĂ­ticos desde o ano passado e previsões de chuvas escassas nos prĂ³ximos meses, a antecipaĂ§Ă£o de pedidos e envios tornou-se uma estratĂ©gia essencial para a indĂºstria. Operadores de terminais de contĂªineres tambĂ©m tĂªm investido em infraestrutura, como cais flutuantes, para manter as operações durante a estiagem.

No ano anterior (2023), a seca extrema causou a interrupĂ§Ă£o de navegaĂ§Ă£o por atĂ© 45 dias, resultando em um prejuĂ­zo estimado de R$ 1,4 bilhĂ£o para a indĂºstria do Amazonas.

AlĂ©m disso, comunidades ribeirinhas ficaram isoladas, o custo do frete aumentou significativamente e a falta de suprimentos agravou a inflaĂ§Ă£o em Manaus, levando Ă  fome em Ă¡reas mais remotas.

Com o objetivo de evitar uma nova crise, medidas preventivas foram adotadas, como o aumento em 10% dos embarques de cabotagem no primeiro semestre de 2024, em comparaĂ§Ă£o com o mesmo perĂ­odo de 2023.

Entretanto, a indĂºstria enfrenta desafios logĂ­sticos contĂ­nuos, especialmente com a aproximaĂ§Ă£o do Natal e da Black Friday.

O presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento, destaca que, apesar da antecipaĂ§Ă£o da produĂ§Ă£o, a continuidade dos serviços depende da elevaĂ§Ă£o dos nĂ­veis dos rios atĂ© outubro ou novembro.

A soluĂ§Ă£o definitiva para a navegaĂ§Ă£o nos rios amazĂ´nicos ainda Ă© uma incĂ³gnita.

Enquanto se aguardam obras de dragagem, alternativas como o transporte por balsas estĂ£o sendo exploradas.

O terminal Tecon Vila do Conde, no ParĂ¡, viu as operações de transporte via “rĂ´-rĂ´ caboclo” triplicarem na seca do ano passado, impulsionando a movimentaĂ§Ă£o de carga.

No entanto, a dragagem e a melhoria dos acessos terrestres a Manaus, como a reforma da BR-319, sĂ£o vistas como essenciais para garantir a logĂ­stica a longo prazo.

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A construĂ§Ă£o de hidrovias tambĂ©m Ă© crucial para o escoamento das exportações de grĂ£os no “arco norte”.

Apesar do impacto da seca recorde de 2023, que reduziu a participaĂ§Ă£o dessa rota no transporte de grĂ£os, a logĂ­stica permanece estratĂ©gica para o agronegĂ³cio, especialmente para produtores do Mato Grosso.

Em suma, a combinaĂ§Ă£o de antecipaĂ§Ă£o de produĂ§Ă£o, investimentos em infraestrutura e a necessidade de soluções definitivas em engenharia sĂ£o os pilares das estratĂ©gias atuais para enfrentar as secas severas na Bacia AmazĂ´nica.

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Foto: Ronaldo Siqueira/Especial para o BNC Amazonas