Matéria-prima da floresta forma cenografia do curral Zeca Xibelão

Publicado em: 12/04/2018 às 10:16 | Atualizado em: 12/04/2018 às 10:16

Palhas, cipós, folhas secas, sementes, artesanatos, cestarias, pau-caboclo, bambu, talas, fibras de juta e malva. Estas matérias-primas regionais, oriundas do extrativismo das comunidades rurais do município de Parintins, se transforma em arte no Boi-Bumbá Caprichoso como elementos de composição da cenografia do curral Zeca Xibelão.

Os toques criativos são das mãos artísticas empenhadas na construção do projeto cenográfico, executada desde o mês de março, sem uso de materiais industrializados na decoração.

 

Materiais regionais são elementos utilizados na decoração do palco

Materiais regionais são elementos utilizados na decoração do palco do curral Zeca Xibelão

 

A cenografia é feita por 12 artistas de diversas especialidades, com base no protótipo criado pelo Conselho de Artes do Boi Caprichoso, de acordo com a proposta do tema do bumbá em 2018, para receber a festa de lançamento do CD e gravação do DVD “Sabedoria Popular: Uma Revolução Ancestral”, no dia 21 de abril. Pelo segundo ano consecutivo, a diretoria do Boi Caprichoso aposta no talento e na experiência do artista plástico, Glaucivan Silva, para ser o responsável pela execução do projeto.

Os artistas de alegorias: Algles Ferreira, Jucelino Ribeiro, Kennedy Prata e Geremias Pantoja se uniram para apoiar na preparação da cenografia. Desenhistas, soldadores, pintores, carpinteiros e ajudantes formam a equipe. “Para prevalecer a criatividade, recorremos aos materiais comuns encontramos na biodiversidade amazônica. Essa matéria-prima regional enriquece a decoração da cenografia e tem alto valor social, por representar a sabedoria do povo, que nos permite um acabamento rústico”, frisa Glaucivan Silva.

O coordenador do Conselho de Artes do Caprichoso, Ericky Nakanome, lembra que as alegorias e o próprio boi de pano ganharam corpo com o uso de matéria-prima regional nas primeiras décadas do Festival Folclórico de Parintins. “Faz todo sentido nossos artistas buscarem materiais na própria floresta. O saber popular, a criatividade e os experimentos ano após ano no passado constituíram uma revolução que mudou a história de Parintins. São as raízes da nossa brincadeira de boi-bumbá”, ressalta.

Fotos: Glenda Dinely