#Toadas fecha temporada revivendo o ‘bumbódromo’ de Arlindo Jr
Programa mostrou as toadas que eternizaram a atuação do 'Pop da Selva' no Festival de Parintins

Arnoldo Santos, especial para o BNC Amazonas
Publicado em: 22/05/2022 às 06:00 | Atualizado em: 22/05/2022 às 05:49
O #Toadas fechou a temporada em Manaus com uma combinação de lembranças saudosas com o reviver de momentos marcantes do Festival Folclórico de Parintins.
Poderia ser apenas uma homenagem a alguém que partiu, isso se o homenageado não fosse Arlindo Júnior, que marcou anos incríveis do Boi Caprichoso, sua paixão indiscutível.
Em vários trechos do programa, uma frase comum era dita: “essa toada é a cara do Arlindo”. E não era pra menos. Quem acompanha o festival lembra do poder que o ‘Pop da Selva’ tinha de comandar a galera.
Arlindo, que atuou durante mais de vinte anos como levantador, na arena do Bumbódromo de Parintins, entrou para a história do maior evento cultural do Norte.
Foi assim que o último #Toadas da temporada 2022, em Manaus, reuniu David Assayag (levantador do Garantido), Edmundo Oran (apresentador do Caprichoso), Prince do Boi, Klinger Júnior, Edilson Santana (levantador do Garantido) e Arlindo Neto.
O restaurante Kananciuê, local de onde foi transmitido o programa, ficou lotado.

Emoção do início ao fim
“O destino marcou o seu nome, no azul da imensidão. Caprichoso, estrela maior. Constelação de paixão. Nem todo astro que se move no céu é cadente. Vem conhecer o amor que toca e incendeia o coração da gente. Ser Caprichoso é viver pra te querer. Ser Caprichoso é viver pra te amar(…) Saudade em poesia. Infinito azul, pois você é e sempre será o marujo das estrelas”.
Esse é um trecho do texto lido no vídeo que abriu o programa. Pelo roteiro, Arlindo Neto entraria em seguida cantando Amor de Yandê, do CD do Caprichoso de 2001. O filho do ‘Pop’ não aguentou a emoção. Travou na primeira estrofe.
Mas se recompôs e ajudou a proporcionar uma das imagens mais emocionantes da temporada 2022 do #Toadas. Os seis artistas convidados cantando juntos “Saga de Um Canoeiro” (Ronaldo Barbosa, 2010).
Uma cena que não passou despercebida: Klinger Araújo Júnior tocando flauta doce em algumas toadas, enquanto as imagens de seu pai, que faleceu em 2020, por complicações de covid-19, também passava no telão de fundo.

Revivendo o festival
O repertório do programa, organizado pela banda do #Toadas, reviveu toadas do Caprichoso na arena do Bumbódromo que ficaram marcadas pela voz e interpretação de Arlindo Jr. Unankiê , Mundurukânia, Vale do Javari, Candelabros Azuis, entre outras.
Chico da Silva apareceu e se juntou ao grupo. Outra participação especial foi de Luanita Rangel, nome conhecido entre as poucas levantadoras de toadas no universo predominantemente masculino. Luanita faz o solo de Canto da Yara (Caprichoso, 1998).

Agradecimento
Os três apresentadores e criadores do programa, Neuton Corrêa, Neil Armstrong e Juliano Petro Velho agradeceram o público que acompanhou o #Toadas nas seis edições deste ano.
Os agradecimentos também foram à banda montada especialmente para o programa. À equipe de profissionais que realizou as transmissões.
No final, um vídeo com o Arlindo Júnior, já sofrendo as consequências do câncer que o levou, de um ar de que o POP da Selva está vivíssimo no coração e na memória das pessoas.

Assista ao programa que foi transmitido pelo canal BNC Play, no YouTube e no Facebook.