Coronavírus leva porta-voz do Amazonas na divulgação dos dados

Governo do Amazonas emitiu nota comunicando o falecimento de Rosemary Pinto, diretora-presidente da FVS-AM

Porta-voz Rosemary Costa Pinto - curados coronavírus Rosemary Costa Pinto

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 22/01/2021 às 18:14 | Atualizado em: 23/01/2021 às 08:45

A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto faleceu nesta sexta-feira (22), em decorrências de complicações da Covid-19.

Atuante há 25 anos como epidemiologista na FVS, Rosemary Pinto era a porta-voz na divulgação dos dados do novo coronavírus no estado.

Desde o último dia 5 de janeiro, a diretora-presidente da FVS-AM estava acometida da doença. No entanto, somente dois dias depois foi informado em nota pelo governo do Amazonas o quadro de Rosemary.

Desde o dia 13 de março de 2020, quando houve a confirmação do primeiro caso de covid-19 no estado, Rosemary esteve a frente da divulgação dos boletins diários epidemiológicos da pandemia.

Confira a Nota:

O Governo do Amazonas informa, com pesar, o falecimento da farmacêutica bioquímica, Rosemary Costa Pinto, diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde FVS, ocorrido na tarde desta sexta-feira, 22, por complicações decorrentes da Covid-19.

Dra. Rose era epidemiologista de carreira da FVS e atuava há 25 anos na área. Durante toda a pandemia da Covid-19 foi uma das bússolas do Amazonas na interpretação dos dados da pandemia no Estado.

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Nota da FVS

Carinhosamente chamada de Doutora Rose, ela era farmacêutica bioquímica, sanitarista, epidemiologista de carreira da FVS, instituição que ajudou a fundar, e atuava há 25 anos na área. Durante toda a pandemia da Covid-19, foi a bússola do Amazonas na interpretação dos dados da pandemia no Estado.

Rosemary testou positivo para o novo coronavírus (SARS-CoV-2) no dia 5 de janeiro, iniciou o tratamento domiciliar, mas necessitou de internação hospitalar, no dia 11 de janeiro. Estava internada desde então.

Doutora Rose deixa um legado de luta e enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Amazonas, onde atuou na garantia por medidas de Vigilância em Saúde com o objetivo de salvar vidas da população amazonense, diante da ameaça do novo coronavírus, a partir de monitoramento, interpretação de cenário epidemiológico e estabelecimento de medidas de contenção da disseminação da Covid-19, além das mais variadas epidemias registradas no Amazonas, como malária, dengue, chikungunya, zika e sarampo.

Incansavelmente, a diretora-presidente da FVS esteve reunida, diariamente, com a equipe de linha de frente da instituição, durante toda a pandemia, guiando, estudando e articulando medidas que apontassem o caminho a ser traçado pelo Amazonas no combate à pandemia.

Extremamente respeitada pelos profissionais de saúde, e por muitos da população amazonense, Rosemary se impôs, conseguindo espaço de liderança e voz ativa na saúde do Estado. Doutora Rose deixa esposo, três filhos, uma neta e pai. Rosemary era gigantesca, uma fortaleza e um farol que guiava as ações da FVS na guerra contra o novo coronavírus no Amazonas.

Ainda em 11 de dezembro, recebeu a medalha da Ordem do Mérito do Governo do Amazonas, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido no combate à pandemia. Em outubro de 2020, Doutora Rose recebeu, do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), o Diploma de Honra ao Mérito pelos relevantes serviços prestados ao povo amazonense também durante a pandemia de Covid-19.


Rosemary era farmacêutica bioquímica formada pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz – ENSP/Fiocruz, e especialista em informação e informática em saúde pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Foi uma das idealizadoras da FVS-AM.

Atuou como gerente de epidemiologia e como diretora de vigilância em saúde da Susam, assessora técnica de vigilância em saúde e diretora técnica da FVS-AM, cargo onde atuou nos últimos cinco anos.

Foi docente na cadeira de epidemiologia e saúde coletiva do curso de medicina da Universidade Nilton Lins durante 5 anos. Era membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (Proepi).

Ela atuava há 22 anos como representante do Amazonas na Câmara Técnica de Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass). Tinha experiência no controle de surtos, epidemias e situações inusitadas, trabalhando ativamente em todos os surtos registrados no estado ao longo dos últimos 25 anos.

O Amazonas se solidariza com os familiares pela dor da perda da Doutora Rose, que deixa um legado exemplar na saúde pública do Estado.

Foto: Tácio Melo/Secom