Série de reportagem aponta, que, pelo menos 2 milhões de famílias brasileiras tiveram a renda reduzida e caíram para a extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho deste ano.
Os dados são do Cadastro Único do governo federal, o chamado CadÚnico, que aponta para um aumento mês a mês de pessoas na miséria desde novembro de 2020.
Em dezembro de 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), eram 12,7 milhões na pobreza extrema.
Dois anos e meio depois e com Jair Bolsonaro na Presidência, esse número chegou a 14,7 milhões em junho de 2021.
Ou seja, família em extrema pobreza é aquela com renda per capita de até R$ 89 mensais. As informações são do portal Uol.
Segundo série de reportagem, em regra, são pessoas que vivem nas ruas ou em barracos e enfrentam insegurança alimentar recorrente.
Manaus
Segundo, o Uol, em Belo Horizonte, Cuiabá, Maceió, Manaus, São Paulo e Balneário Camboriú (SC) se revelam a insuficiência dos programas sociais.
Além disso, revelam a dependência de doações de voluntários e ONGs contra a fome.
É na lixeira da Manaus Moderna, principal ponto de abastecimento da capital do Amazonas, que Maria Elias Pereira, 49, trabalha 15 horas por dia.
Ela luta duro para sobreviver nas 24 horas seguintes, sob um sol e odores fortes.
Maria cata o descarte dos comerciantes e entende que a vida, que sempre lhe foi difícil, piorou com a pandemia. A fome virou parte da rotina.
Para garantir ao menos R$ 54 para o aluguel e duas refeições diárias de PF na feira, chega às 4h e sai às 19h. Se ainda assim não conseguir, fica sem comer.
À margem
Segundo a Secretaria Municipal de Mercados e Feiras, na Manaus Moderna, localizada à margem do rio Negro e onde Maria revira o lixo para ganhar a vida, circulam cerca de 50 mil pessoas e 300 mil toneladas de alimentos por dia.
Uma caixa cheia de verduras, que Maria limpa com uma toalha pendurada no ombro, vale até R$ 20.
Diminuíram os interessados nos últimos meses, segundo ela, mas há quem compre para jogar aos porcos, outros para cozinhar.
“É muito ruim, ó. Tem dia que não tenho dinheiro nem para comprar meu café. Aquele lá de cima é muito bom. Quando acordo, me ajoelho e começo a orar. Quando venho para cá, venho pela rua pedindo que ele me abra portas”, diz.
Fome
O pior da fome ocorreu na primeira onda de infecções por covid em Manaus, em abril do ano passado.
Maria Elias conta que pegou a doença, mas não podia deixar de trabalhar. “Quase que eu morria aqui nessa beira [do rio]. Tinha tontura. Meu aluguel já estava R$ 120.”
A cada semana aumenta o número de pessoas da fila de distribuição de alimentos, sopas e ossos promovida por um grupo de voluntários da própria comunidade.
A prefeitura tem uma estrutura a poucos metros dali para oferecer refeição às pessoas. Mas está fechada há meses por pendências na documentação.
De acordo com a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania, essa estrutura vai oferecer 200 refeições diárias no horário de almoço.
Conforme a reportagem, a prefeitura disse ter distribuído 250 mil refeições no primeiro semestre pelos bairros da cidade.
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Foto: Reprodução/Uol