Na base da pressão, Bolsonaro pode recuar sobre absorvente feminino

O veto de Bolsonaro à distribuição gratuita do produto tem sido criticado inclusive por parlamentares da base aliada, para os quais o governo federal cometeu um equívoco

Mariane Veiga

Publicado em: 08/10/2021 às 14:29 | Atualizado em: 08/10/2021 às 14:46

Em meio a uma repercussão negativa, o governo Jair Bolsonaor considera agilizar o lançamento de um programa de atendimento a mulheres de baixa renda que inclua o fornecimento de absorvente feminino.

O assunto tem sido discutido entre o Palácio do Planalto e o Ministério das Mulheres e, de acordo com assessores do governo, Bolsonaro se mostrou favorável à iniciativa.

Nesta quinta-feira (7), foi publicado no “Diário Oficial da União” um veto do presidente à distribuição gratuita dos absorventes, iniciativa que havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

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Desse modo, a decisão desagradou inclusive líderes da base aliada, para os quais o Palácio do Planalto criou um desgaste desnecessário.

Já no Congresso Nacional, deputados e senadores têm discutido a possibilidade de derrubada do veto.

Nesta quinta-feira (7), assessores do governo se apressaram a explicar a lideranças partidárias que a proposta teve de ser vetada por não ter previsão de receita. E que a sanção poderia gerar punição ao governo.

Com a repercussão negativa, auxiliares do presidente passaram a defender que o governo federal agilize uma iniciativa semelhante, que já vinha sendo elaborada no âmbito do Ministério das Mulheres, da ministra Damares Alves.

A ideia é lançar até o final do ano um programa de atendimento a mulheres de baixa renda, que envolva a entrega de absorventes.

O argumento no Palácio do Planalto é de que a iniciativa não foi ainda lançada pelo comprometimento do orçamento com políticas de enfrentamento ao coronavírus.

O trecho vetado pelo presidente visava atingir estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública de ensino e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema.

Nas justificativas, Bolsonaro afirmou que a distribuição de absorventes para estudantes de baixa renda contrariava o interesse público por não existir “compatibilidade com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino”.

Além disso, o presidente afirmou que o projeto de lei não indicava a fonte de custeio.

No entanto, o texto original específica que as fontes eram as dotações disponibilizadas anualmente pela União ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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Foto: Reprodução/Youtube