A CPI da Amazonas Energia ouviu nesta quinta-feira (20) o diretor-presidente do Programa Estadual de Proteção e Orientação do Consumidor (Procon-AM), Jalil Faxe. Ele revelou a triplicação das denúncias de cortes irregulares durante a pandemia da Covid-19, por parte da concessionária Amazonas Energia, no Estado.
Após questionamento do presidente da comissão, Sinésio Campos (PT), Jalil afirmou ainda que a concessionária foi a recordista no número de reclamações gerais, desde o momento que assumiu a gestão do órgão.
Segundo o diretor-presidente, a Amazonas Energia descumpriu as leis estaduais que proíbem os cortes de energia, mesmo que a conta de luz não tenha sido paga pelos consumidores amazonenses.
Em seu depoimento, Jalil Fraxe contou que de março de 2020 a 15 de outubro de 2021, o Procon-AM registrou 8 mil 177 reclamações em seus canais oficiais, tornando a Amazonas Energia a mais reclamada, no período de sua gestão à frente do órgão.
“Para se ter uma ideia, 1.487 reclamações viraram processos, 903 atendimentos preliminares, 756 consultas, 2 mil 346 cartas de informação preliminar – aquelas que são enviadas às empresas, caso ela não solucione o problema do consumidor de forma imediata –, 518 e-mails, 2 mil 167 telefonemas, mais de 60 registros nas redes sociais oficiais, além de fiscalizações que foram realizadas pelo Procon-AM”.
Jalil destacou que o registro de corte indevido de energia, de forma não oficial, foram muitas, com marcação do perfil do Procon-AM em redes sociais e até mesmo em sua rede pessoal.
O diretor-presidente destacou, ainda, que o Procon-AM não alcança todos os municípios do Estado, mas, recebe e tenta atender tudo que recebe de denúncia.
“Nós temos Procons apenas em São Gabriel da Cachoeira, Tefé e Manacapuru, mas, todos os municípios de forma direta ou indireta acabam enviando demandas ao Procon estadual”.
A comissão enfatizou, devido ao número de denúncias recebidas referentes às arbitrariedades da Amazonas Energia, que seria ideal ter um braço da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) para judicializar as reclamações.
Após os depoimentos, o presidente da CPI da Amazonas Energia, Sinésio Campos, disse que a comissão inverteu os depoimentos para ter dados suficientes no momento em que confrontar a Amazonas Energia.
“São informações públicas e que estão sendo compartilhadas com a sociedade, então, estamos coletando os dados oficiais para, posteriormente, questionar as tarifas abusivas, os blecautes e tantos outros descasos. Mas, não se esgota por aí, têm muitas denúncias que não foram registradas por esses órgãos e vamos dar abertura para população nesta CPI que clama por justiça”.
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