Ex-chefe no Amazonas pede investigação de delegado-geral da PF
Para Alexandre Saraiva, Salles e o senador Telmário Mota (Pros-RR) fizeram acordo com o setor madeireiro para dificultar investigação de crimes ambientais

Publicado em: 21/11/2021 às 10:12 | Atualizado em: 21/11/2021 às 22:21
Em mais um capítulo de uma guerra interna na Polícia Federal, o ex-superintendente da PF no Amazonas Alexandre Saraiva pediu à Corregedoria da corporação investigar o delegado-geral da PF, Paulo Maiurino.
O pedido foi apresentado nessa sexta-feira (19). Saraiva (foto) argumenta que Maiurino omitiu do currículo ter sido assessor especial do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Diz ainda que o atual diretor-geral ocupou simultaneamente, em 2019, cinco cargos públicos: delegado da PF, secretário-executivo do Conselho de Segurança Pública, assessor especial de Witzel, membro do conselho de administração da Cedae e secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal.
“(…) Caso verdadeiras as informações, em tese, houve acumulação dos cargos públicos. Assim, em teoria, a situação pode configurar enriquecimento ilícito e improbidade administrativa, especialmente se foi ultrapassado o teto, constitucionalmente previsto, para os vencimentos dos servidores públicos”, diz ex-chefe da instituição no Amazonas em ofício para João Vianey Xavier Filho, corregedor-geral da PF.
Saraiva foi afastado do cargo de superintendente da PF em abril deste ano, após ter apresentado notícia-crime contra o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi transferido para a delegacia PF em Volta Redonda (RJ).
Para Saraiva, Salles e o senador Telmário Mota (Pros-RR) fizeram um acordo com o setor madeireiro “no intento de causar obstáculos à investigação de crimes ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a Administração Pública”.
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Foto: PF-AM/divulgação