Alcolumbre tem plano B para derrubar indicação de Bolsonaro ao STF

O grupo de Davi agora articula uma estratégia para esvaziar o plenário no dia da votação

Ferreira Gabriel

Publicado em: 26/11/2021 às 17:15 | Atualizado em: 26/11/2021 às 17:15

Davi Alcolumbre teve que ceder à pressão e marcar para a próxima semana a sabatina de André Mendonça para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Apesar disso, seu grupo já trabalha num plano B para tentar derrubar a indicação de Jair Bolsonaro.

Independentemente do que ocorrer na Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa do processo, o grupo de Davi agora articula uma estratégia para esvaziar o plenário no dia da votação.

Dessa forma, precisariam de menos votos para derrubar a candidatura do ex-advogado-geral da União.

Como para ser aprovado o candidato precisa de votos de 41 de um total de 81 senadores, supõe-se que retirando parlamentares da sala será mais fácil derrotá-lo.

A conta feita atualmente leva em conta a última votação do mesmo tipo, que aprovou a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República.

Na ocasião, compareceram à votação no plenário 66 senadores, dos quais 55 votaram em Aras.

O Procurador-Geral da República, aliás, é o preferido desse grupo para a vaga aberta no STF com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.

Se conseguirem que os senadores que estão em dúvida ou têm medo de votar contra uma indicação do governo faltem, dando quórum parecido com o da sessão que aprovou Aras, vão precisar convencer menos colegas a apertarem o não na hora da votação (que é secreta, mas sempre há quem tema ser cobrado pela derrota de um candidato do governo).

A conta que os opositores de Mendonça fazem é que, se conseguirem repetir o quórum de Aras, seriam necessários só 25 votos contra – apenas o necessário para impedir que o candidato de Bolsonaro consiga atingir o mínimo de 41 votos a favor.

O fato de Alcolumbre estar apelando a esse plano B mostra o quanto a disputa está apertada. As contas mais realistas indicam que, hoje, seriam 50% dos votos a favor de Mendonça e 50% contra – o que daria cerca de 40 votos para cada lado.

Leia mais na coluna de Lauro Jardim em O Globo

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado