Nem apoiadores de Bolsonaro rejeitam vacinação, diz estudo
Enquanto a taxa média de hesitação vacinal na América Latina está em torno de 8%, no Brasil, ela é menos do que a metade, cerca de 3%

Publicado em: 29/11/2021 às 18:13 | Atualizado em: 29/11/2021 às 18:41
Levantamento indica que as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a eficácia da vacina contra covid-19 não influenciaram a população, nem mesmo seus apoiadores.
O Brasil é o país com o menor percentual de população que declara não querer tomar a vacina contra a doença na América Latina.
É o que concluiu uma pesquisa feita em parceria pelo Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a partir de ligações telefônicas periódicas a domicílios de 24 países da América Latina.
Os dados da segunda fase do levantamento foram apresentados nesta segunda-feira (29) em Washington.
Segundo o estudo, enquanto a taxa média de hesitação vacinal na América Latina está em torno de 8%, no Brasil, ela é menos do que a metade, cerca de 3%.
De outro lado, enquanto na média, 51% dos latino-americanos já estão imunizados contra a covid-19, no Brasil, o percentual ultrapassa os 80%.
Os dados indicam que as repetidas declarações do presidente que lançam dúvidas sobre a segurança e a eficácia da imunização não encontraram aderência na população brasileira, mesmo entre seus seguidores.
Bolsonaro é o único líder do G-20 a afirmar não ter se vacinado. O presidente já afirmou, sem qualquer evidência científica, que quem tomasse vacina da Pfizer poderia “virar jacaré”, associou o imunizante a desenvolvimento da AIDS e sugeriu que a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com a China, causava “morte, invalidez, anomalia”.
Dessa forma, especialistas em saúde pública atribuem o fenômeno à cultura de imunização alimentada por anos em campanhas massivas de vacinação promovidas pelo Sistema Único de Saúde – e em que a figura central era o Zé Gotinha.
Saiba mais sobre o estudo no site da BBC.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil