Aziz fala sobre investigações pĂ³s CPI e critica negacionistas da vacina

Ex-presidente da CPI da covid, o senador do Amazonas comentou a abertura de 12 investigações pelo MinistĂ©rio PĂºblico com o relatĂ³rio da comissĂ£o

Gabriel Ferreira, da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 06/01/2022 Ă s 10:40 | Atualizado em: 06/01/2022 Ă s 16:23

O senador Omar Aziz (PSD-AM) comentou nesta quinta-feira (6) sobre as investigações da pĂ³s CPI da covid, que presidiu no Senado em 2021.

Em entrevista ao programa “ManhĂ£ de NotĂ­cias”, da Rede Tiradentes, Aziz falou das investigações de indiciados pela CPI por parte dos ministĂ©rios pĂºblicos Federal e estaduais.

“O que nĂ³s fizemos no tĂ©rmino e na votaĂ§Ă£o do relatĂ³rio final da CPI foi dividir. Foro privilegiado a gente encaminhava, como o presidente [da RepĂºblica], ministros, deputados federais. Aqueles que nĂ£o tinham foro privilegiado, como Ă© o caso do [ex-]ministro Pazuello, do Roberto Dias, como Ă© o caso da doutora Mayra, que foi aquela que veio aqui [Amazonas] nessa mesma Ă©poca do ano passado e, ao invĂ©s de trazer oxigĂªnio, trouxe o aplicativo TrateCov, que levou a Ă³bito de muitas pessoas. Essas pessoas nĂ³s entregamos lĂ¡ MinistĂ©rio PĂºblico Federal de BrasĂ­lia, assim como entregamos no MinistĂ©rio PĂºblico Federal do Amazonas”.

Com relaĂ§Ă£o aos investigados com foro privilegiado, Aziz tambĂ©m disse que o procurador-geral da RepĂºblica (PGR), Augusto Aras, afirmou ter iniciado investigaĂ§Ă£o preliminar de 30 dias. Contudo, recebeu determinaĂ§Ă£o do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser mais eficaz na aĂ§Ă£o a partir das apurações feitas pela CPI.

De acordo com o senador, o MPF no Amazonas jĂ¡ abriu investigaĂ§Ă£o contra os citados. Entre eles, o deputado estadual Fausto JĂºnior (MDB), indiciado depois de depoimento desastroso na CPI em junho do ano passado.

AlĂ©m disso, Aziz relatou que em SĂ£o Paulo entregou o relatĂ³rio final ao MinistĂ©rio PĂºblico. O caso especĂ­fico Ă© o da rede de saĂºde Prevent SĂªnior.

“LĂ¡ tambĂ©m o andamento Ă© muito forte, e o que nĂ³s querĂ­amos nĂ£o era o CNPJ da Prevent SĂªnior, mas o CPF das pessoas responsĂ¡veis por aquilo, para que a gente nĂ£o cometesse o erro de quebrar uma empresa que atende mais de 500 mil pessoas”.

Para o ex-presidente da CPI, a medida do MPF é um avanço porque se abre investigações que podem se aprofundar em base de dados sigilosos.

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CrĂ­tica aos negacionistas das vacinas

Em outra parte da entrevista, Aziz disse que foi assinado ontem (5) um requerimento no ObservatĂ³rio da Pandemia convocando o ministro da SaĂºde, Marcelo Queiroga. A frente parlamentar quer explicações sobre “essa consulta pĂºblica que foi um dos maiores absurdos que poderĂ­amos ver no Brasil”.

O senador se referia Ă  decisĂ£o do governo Bolsonaro de fazer audiĂªncias pĂºblicas sobre exigĂªncia de receita mĂ©dica para vacinaĂ§Ă£o de crianças contra covid. O resultado foi um fracasso em termos de apoio da populaĂ§Ă£o Ă  ideia de Bolsonaro colocada em prĂ¡tica pelo ministĂ©rio de Queiroga.

Como resultado, o governo federal foi obrigado a recuar e aceitar o que jĂ¡ havia decidido a Anvisa (AgĂªncia Nacional de VigilĂ¢ncia SanitĂ¡ria), de autorizar a vacinaĂ§Ă£o de crianças.

“VocĂª chama pessoas que nĂ£o tĂªm conhecimento nenhum se deve ou nĂ£o vacinar. NĂ£o tĂªm conhecimento cientĂ­fico nenhum para opinar. Parece atĂ© uma discussĂ£o de quem estĂ¡ discutindo futebol tomando uma cerveja”, criticou Aziz.

Sobrou críticas também para os que se negam a tomar vacina contra o coronavírus.

“VocĂª imagina um mĂ©dico que atende um paciente com covid. A primeira coisa que ele vai perguntar: ‘VocĂª se vacinou?’. E o cara diz: ‘NĂ£o’. É uma ducha de Ă¡gua fria. Tem vacina aĂ­. AtĂ© agora o mundo estĂ¡ se vacinando. Um dos maiores cientistas diz que ela te protege, com 99%, que nĂ£o agrava”.

Com base nisso, Aziz comparou os negacionistas da vacina com as pessoas indiciadas na CPI. SĂ£o os mesmos que nĂ£o responderam positivamente para compra da vacina da Pfizer, mas que agora fizeram consulta popular para saber deveria imunizar tambĂ©m as crianças.

Foto: Edilson Rodrigues/AgĂªncia Senado