Indígenas Paiter Suruí, de Rondônia, estão leiloando obras de arte NFT, uma estratégia para arrecadar fundos para monitorar, por meio de drones, o território Sete de Setembro, além de patrocinar iniciativas sustentáveis.
Dessa forma, a meta é conservar pelo menos uma área de 13 mil hectares de floresta.
A venda de obras NFT, que muitas vezes ultrapassa valores milionários, é um mercado em crescimento no Brasil.
A sigla significa “tokens não-fungíveis”, mas, em linguagem mais acessível, são arquivos com um selo digital associado, o que garante a autenticidade.
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“O que é o NFT? Acho que a melhor forma de pensá-lo é como uma propriedade digital, um ativo digital. Ele é não-fungível, ou seja, ele é único, exatamente como ele só existe ele”, explica Fabricio Tota, diretor da Mercado Bitcoin, que disponibilizou a plataforma para a venda das obras.
Depois de discutir com parceiros, Almir Suruí, cacique da terra indígena Sete de Setembro, convidou os artistas da comunidade para se envolver no projeto.
A meta é juntar dinheiro suficiente para garantir a proteção de uma parte do território e, ainda, reduzir as emissões de carbono. O valor de cada obra será revertido em até 95,5% para os Paiter Suruí.
“A ideia é adquirir tecnologias, como drones, GPS, computadores para geoprocessamento, e também identificar alguns projetos para receber financiamento e fortalecimento. Temos projetos de café, banana, cacau, castanha. Até de reflorestamento e de recuperação das nascentes”, explicou Almir Suruí.
A terra indígena Sete de Setembro compreende uma área de mais de 280 mil hectares, mas, com o projeto, os moradores pretendem garantir de forma independente o monitoramento de pelo menos 13 mil hectares de floresta.
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Foto: reprodução