Garimpo na Amazônia estimula trabalho escravo, diz deputado

Para Serafim Corrêa, é necessário buscar atividades sustentáveis para a Amazônia e meios que não contribuam para condições análogas à escravidão

Publicado em: 15/02/2022 às 16:50 | Atualizado em: 15/02/2022 às 19:52

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou a regulamentação da atividade garimpeira no país, intitulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como ‘mineração artesanal e em pequena escala’ no recente decreto 10.966.

Para Serafim, é necessário buscar atividades sustentáveis para a Amazônia e meios que não contribuam para condições análogas à escravidão.

“Esse decreto não vai resolver nada. Cria um problema social. Quero manifestar a minha preocupação com essa atividade e relembro aqui o garimpo de Serra Pelada. Qual o garimpeiro que melhorou de vida? Nenhum. Esse garimpo predatório que fazem na Amazônia é um garimpo em que as pessoas trabalham em condições análogas à escravidão”, disse o parlamentar.

Serafim chegou a mencionar a criação do município de Curionópolis em homenagem a um dos incentivadores do garimpo em Serra Pelada, Major Curió.

“Este é um garimpo (referindo-se ao decreto) em que as pessoas são exploradas como foram no garimpo de Serra Pelada pelo Major Curió, que se elegeu duas ou três vezes deputado federal explorando os garimpeiros”.

Segundo o líder do PSB na ALE, é preciso buscar sustentabilidade para a região amazônica e não pôr em risco a preservação da floresta com o garimpo.

“Vejo esse decreto como uma degradação com o homem da Amazônia. Quando degradam a floresta, degradam o nosso povo, o nosso caboclo, o nosso índio. Isso tem repercussões nacionais e internacionais desastrosas. Temos que buscar outras soluções que mantenham a Amazônia sendo brasileira e não dar essa alternativa análoga à escravidão. Sou contra pelos aspectos ambientais e pelos aspectos econômicos. Isso é muito grave”.

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