Roberto Jefferson vira réu no STF por homofobia e outros crimes
A maioria dos ministros do Supremo seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes

Ferreira Gabriel
Publicado em: 18/02/2022 às 16:21 | Atualizado em: 18/02/2022 às 16:21
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta sexta-feira (18) a favor de transformar em réu o ex-deputado Roberto Jefferson por crimes de homofobia, calúnia, e incitação ao crime de dano contra patrimônio público.
Os ministros analisam denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado.
No documento, a PGR lista sete declarações em que o ex-deputado atacou instituições, e afirma que Roberto Jefferson praticou condutas que constituem infrações previstas no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na lei que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
O julgamento ocorre no plenário virtual do Supremo e os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico até o dia 25.
A maioria dos ministros do Supremo seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que defendeu que Jefferson teve uma conduta que atenta “fortemente contra o Estado Democrático, possuindo brutal potencial lesivo às instituições democráticas, pois tiveram ‘o intuito de tentar impedir o livre exercício do Poder Legislativo'”.
Segundo Moraes, os discursos do ex-deputado são gravíssimos.
“[As declarações] não só atingem a honorabilidade e constituem ameaça ilegal à segurança do Senado Federal e de seus parlamentares, em especial os integrantes da CPI da Pandemia, como se revestem de claro intuito visando a impedir o pleno exercício das atividades investigativas conferidas ao Parlamento nacional”, afirmou o ministro.
O voto de Moraes foi seguido pelos ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
Como não tem foro privilegiado, os ministros votaram para que o caso seja enviado para a Justiça Federal, que ficará responsável por analisar ação penal.
Em seu voto, Moraes explicou que a investigação de Jefferson ocorreu no Supremo porque os fatos atribuídos ao ex-deputado são conexos com uma milícia digital que é investigada no Supremo e atinge aliados do presidente Jair Bolsonaro e familiares.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil