Pressionado por bolsonaristas, Mourão nega estar se abrindo a Lula
Mourão foi cobrado ao afirmar que era "totalmente desproposital" a tese de que militares não aceitariam eleição de Lula
Mariane Veiga
Publicado em: 13/03/2022 às 15:51 | Atualizado em: 13/03/2022 às 16:22
O vice-presidente Hamilton Mourão negou, neste domingo (13), em sua conta oficial no Twitter, estar abrindo as portas dos quartéis para Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT), ao dar declarações de que as Forças Armadas respeitarão eventual vitória do ex-presidente petista nas eleições deste ano.
“Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT desconhece a minha história e o papel das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro. Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catastrófico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos”, escreveu.
Segundo o colunista Igor Gadelha, a declaração vem após auxiliares do presidente Jair Bolsonaro cobrarem Mourão por fala dada em entrevista na semana passada.
Na ocasião, o vice-presidente disse ser “totalmente desproposital” a tese de que os militares não aceitarão uma eventual vitória de Lula.
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Conforme o Metróploes, o general da reserva argumentou que, desde o fim da ditadura militar, as Forças Armadas “não se meteram em nenhum processo eleitoral”.
Do mesmo modo, lembrou que os militares foram liderados por governos do PT durante vários anos, “sem problema nenhum”.
“Isso é algo totalmente desproposital. As Forças Armadas têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela, têm agido dessa forma ao longo de todo esse período, desde o término do período de presidentes militares. As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum.”
No entanto, as declarações de Mourão foram vistas por integrantes das Forças Armadas que atuam no governo Bolsonaro como um possível aceno a Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto ao Planalto até o momento.
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Foto: Romério Cunha/Vice-Presidência