O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna , nesta segunda-feira (28), em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis e depois de diversas críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal.
A troca de comando foi confirmada no início da noite pelo Ministério de Minas e Energia. O economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás e com interlocução com políticos em Brasília, irá assumir o cargo, também confirmou o MME.
No domingo, o GLOBO mostrou que o centrão (grupo de partidos que apoia o presidente Bolsonaro) já mirava cargos no Ministério da Educação e na Petrobras . Nesta segunda, o ministro da Educação, Milton Ribeir o, foi exonerado do cargo. Ele é alvo de uma investigação da Polícia Federal e pressionado por lideranças evangélicas.
Silva e Luna foi avisado que seria demitido nesta segunda. Para isso, o governo encaminhará à Petrobras uma lista de nomes para fazerem parte do Conselho de Administração da Petrobras. Dessa lista não constará o nome de Silva e Luna.
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Os acionistas da Petrobrás se reúnem no próximo dia 13 para confirmar os novos nomes ao Conselho, incluindo o seu novo presidente, Rodolfo Landim (presidente do Flamengo). Até essa data, ele continua no cargo. A União tem a maioria das ações com direito a voto na Petrobras.
“O Ministério de Minas e Energia participa que consolidou a relação de indicados do Acionista Controlador para compor o Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, a ter efeito a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril de 2022. A relação apresenta o Sr. Rodolfo Landim para o exercício da Presidência do Conselho de Administração e o Sr. Adriano Pires para o exercício da Presidência da Empresa.O Governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Empresa”, diz a nota do MME.
A nota do ministério não fala da saída de Silva e Luna e lista os demais conselheiros da Petrobrás.
Para ser presidente da Petrobrás é necessário fazer parte do Conselho de Administração. Sem o nome nessa lista, Silva e Luna é automaticamente substituído.
Silva e Luna tem, oficialmente, um mandato de dois anos, que só venceria no ano que vem. Mas isso não impede a troca, segundo fontes do governo, porque o Conselho precisará ser renovado já que seu atual presidente, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, pediu para deixar o cargo.
Com isso, abre-se a vaga de todos os conselheiros ao mesmo tempo, conforme o estatuto da Petrobrás, deixando o caminho livre para o governo trocar Silva e Luna.
Reunião no Palácio do Planalto
A troca de Silva e Luna também chegou a ser discutida em reunião na manhã desta segunda de Bolsonaro com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das três Forças Armadas no Palácio do Planalto.
Silva e Luna chegou a contar com o apoio dos militares do governo, mas perdeu esse apoio por conta da forma como conduziu o aumento dos combustíveis neste mês. Para integrantes do governo, faltou “sensibilidade” a Luna.
De acordo com integrantes do governo, assessores de Bolsonaro chegaram a convidar Rodolfo Landim para assumir a presidência da estatal, mas ele recusou, pois prefere ficar no Flamengo. Por outro lado, aceitou ser presidente do Conselho de Administração da empresa.
Esta é a segunda troca na Petrobras em um ano, tendo a mesma causa: o preço dos combustíveis.
Primeiro presidente da Petrobras na gestão Bolsonaro, Roberto Castello Branco deixou o cargo em fevereiro do ano passado, sendo substituído pelo general da reserva Silva e Luna — que, até então, comandava a parte brasileira de Itaipu.
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