Um conflito na Terra Indígena Ianomâmi resultou na morte de dois indígenas e deixou outros cinco feridos na segunda-feira, segundo relato em vídeo de Júnior Hekurari Ianomâmi, presidente do Conselho de Saúde Indígena Ianomâmi e Ye’kuana.
“O que aconteceu na Terra Indígena Ianomâmi, na comunidade Pixanehabi, é que junto com os garimpeiros a comunidade Tirei atacou a comunidade Pixanehabi, onde morreram dois yanomami, com cinco feridos, e as comunidades relataram que essa comunidade não aceitava os garimpeiros, então por isso os garimpeiros deram 80 armas à comunidade Tirei incentivando fazer o conflito”, disse a liderança indígena, em vídeo divulgado pelo G1.
Procurada, a assessoria de imprensa da direção nacional da Polícia Federal não respondeu de imediato a um pedido de comentário. A Fundação Nacional do Índio (Funai) não tinha uma posição de imediato sobre o caso.
A Polícia Federal em Roraima não tinha confirmação das mortes, e autoridades estaduais disseram que o assunto era de natureza federal por ter ocorrido em uma terra indígena.
Garimpo
No final do mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) em Roraima apresentou à Justiça um pedido para obrigar a União a retomar ações de proteção e operações policiais contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi.
A iniciativa ocorreu após a visita de representantes do MPF à região conhecida como Serra das Surucucus, ocasião em que se constatou que os garimpos ilegais ocuparam toda a região, utilizando as pistas de pouso da saúde indígena como apoio logístico de dezenas de aeronaves e helicópteros.
“Isoladas do contato com a sociedade, as comunidades indígenas estão cada vez mais próximas do garimpo e não podem usufruir de seu habitat tradicional, já completamente degradado pelo desmatamento e poluição dos rios”, disse o MPF, em comunicado.
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Foto: Funai/Arquivo