Assumindo posição de traidor do Amazonas, o compadre do presidente Jair Bolsonaro coronel Alfredo Menezes publicou um texto ontem no qual mostra o lado que escolheu para ficar neste momento em que o estado agoniza com medidas tomadas pelo governo federal .
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Num trecho do texto ele diz:
“O Brasil não ficará travado na necessidade de desenvolver e incentivar a indústria nacional por conta da manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus”.
Em outra parte, ele menospreza o modelo Zona Franca de Manaus, do qual foi superintendente em 2019, tratando-o como “monocultura econômica”.
“O Amazonas está sendo conclamado, junto com a sua monocultura econômica, para enfrentar um desafio que há muito tempo deveria ter sido feito: encontrar e desenvolver novos vetores econômicos que possam gerar emprego, renda e novas oportunidades para todos os amazonenses”.
Ele, porém, não aponta solução que substitua a estrutura econômica que hoje emprega, diretamente, cerca de 100 mil pessoas e que gerou, só no ano passado, quase R$ 150 bilhões.
Menezes também arroga-se a dizer que as reduções de IPI, que tiram a competitividade da indústria da ZFM é irreversível.
“Posso afirmar que esse processo de redução da carga tributária no Brasil e o incentivo à indústria nacional é um objetivo definitivo”.
Mesmo sendo candidato a senador, postulante a representante do Estado no Congresso, ele não reage às medidas. Ao contrário, mostra que ficou do lado da indústria nacional. Esta historicamente sempre conviveu com a ZFM e sua excepcionalidade.
Para defender seu compadre, Menezes terceiriza a culpa da crise econômica regional que se avizinha, indagando e respondendo:
“O que fizeram os ex-governadores Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz para mudar esse cenário de dependência quase absoluta que o estado do Amazonas tem de um modelo criado em 1967 graças à visão estratégica dos militares? A resposta é simples e objetiva: NADA”.
Leia o texto
Essa semana estive reunido, acompanhado do governador Wilson Lima, com o presidente Bolsonaro para tratar de temas extremamente relevantes para o desenvolvimento econômico do nosso estado. Muitos assuntos foram abordados, mas o cerne da discussão foi o IPI e a manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus.
Posso afirmar que esse processo de redução da carga tributária no Brasil e o incentivo à indústria nacional é um objetivo definitivo. O governo do presidente Bolsonaro está chamando o país para a realidade, considerando o que se passa na economia mundial e o contexto atual de guerra na Europa e a urgência de retomada econômica pós pandemia, trazendo inflação galopante e crise de abastecimento global.
O Amazonas está sendo conclamado, junto com a sua monocultura econômica, para enfrentar um desafio que há muito tempo deveria ter sido feito: encontrar e desenvolver novos vetores econômicos que possam gerar emprego, renda e novas oportunidades para todos os amazonenses.
A velha política e os políticos tradicionais em peso estão atônitos com as medidas do governo federal. Eles se acostumaram a enganar a população com narrativas fáceis de defesa da Zona Franca, quando na verdade eles sempre defenderam apenas os seus próprios interesses, com raríssimas exceções.
O que fizeram os ex-governadores Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz para mudar esse cenário de dependência quase absoluta que o estado do Amazonas tem de um modelo criado em 1967 graças à visão estratégica dos militares? A resposta é simples e objetiva: NADA. Nosso estado está há 55 anos sendo enganado pela classe que nos governa. Paramos no tempo e no espaço. Agora chegou a hora de enfrentarmos a realidade dos fatos. `
O governador Wilson Lima, que herdou esse cenário, tem hoje a maior oportunidade de se tornar o capitão de um novo tempo para o nosso estado. Para isso, basta que ele encare a realidade e desde já implemente as mudanças que o Amazonas precisa. O Brasil não ficará travado na necessidade de desenvolver e incentivar a indústria nacional por conta da manutenção das vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus.
O governo federal está buscando equilíbrio e será assim doravante. Esse processo é irreversível, mesmo reconhecendo o pleno direito e até o dever do nosso governador de tentar implementar as medidas que ele julga necessárias, mesmo as de caráter meramente protelatório.
Precisamos lembrar que os impostos federais base dos nossos incentivos não estão restritos ao IPI. Quem conhece a dinâmica e a aplicação do polo de concentrados sabe bem como funciona essa sistemática entre débito e crédito. Trata-se de uma relação desequilibrada onde o estado faz o papel de Robin Hood às avessas. Estamos tirando dos pobres para dar aos ricos e essa prática está esgotada… Não cabe mais dentro dos novos padrões da economia nacional e o Paulo Guedes está com a caneta pesada.
O presidente Bolsonaro mais uma vez tem razão.
Selva!
Foto: Arquivo/BNC AMAZONAS