O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros ), José Jorge do Nascimento Júnior, disse que o novo decreto do presidente Bolsonaro ampliando de 25% para 35% o corte linear do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) só deixou de fora parte dos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM).
De acordo com ele, o decreto, publicado nesta sexta-feira (29), causará “possivelmente grande perda de competitividade”.
Na noite desta quinta-feira (28), Bolsonaro já havia promovido mais um ataque à ZFM ao zerar a alíquota do IPI dos concentrados de refrigerantes, um golpe mortal no setor que pode levar empresas como Coca-Cola e Ambev a deixarem o Amazonas.
Com a alíquota anterior em 6%, as empresas usavam o percentual como geração de crédito nas transações comerciais com outros estados. Essa competitividade não existe mais.
No caso do novo decreto, era esperado que todos os produtos da ZFM ficassem de fora da medida, um compromisso não assumido pelo presidente Bolsonaro e sua equipe econômica.
“Resguardar que todos os produtos ficassem fora da ampliação seria positivo, infelizmente não foi o que aconteceu, somente parte deve exclusão”, disse o presidente da Eletros em entrevista à Rádio Tiradentes FM.
Quando o governo editou o decreto com a alíquota de 25%, na véspera do Carnaval, nenhum produto da ZFM foi excetuado, o que já havia gerado prejuízo para as indústrias locais que tem isenção de IPI.
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Permaneceram na alíquota de 25%, segundo levantamento do presidente da Eletros, televisores, ar-condicionado, telefone celular e motos.
Por outro lado, tiveram as alíquotas ampliadas computadores, servidores e auto rádio, sendo este último segmento de som automotivo só produzido na ZFM.
O presidente da Eletros diz que o novo decreto ainda está sendo avaliado, pois contém uma lista que pode chegar a quatro mil produtos.
Foto: divulgação/arquivo