A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir ) reagiu à edição do Decreto 11.052/2022, do presidente Bolsonaro, que zerou a alíquota do IPI dos concentrados.
Para a entidade, no momento em que o Brasil precisa resgatar credibilidade e atrair investidores, o que o governo Bolsonaro sinaliza – com o decreto – é a falta de previsibilidade e insegurança jurídica.
No entanto, a associação não afirma que as multinacionais, como Ambev e Coca-Cola, que estão no polo industrial de Manaus, vão deixar o Amazonas, como se tem propagado.
“Zerando a alíquota do IPI, com certeza, as indústrias da Zona Franca de Manaus vão revisar seus planejamentos e estratégias de negócio, mas a saída não está nos planos por hora”, disse um empresário do setor de bebidas.
A Abir, que representa 71 empresas do setor de bebidas não alcoólicas, com fábricas de Norte a Sul do país, diz que foi surpreendida com decreto que zera a alíquota de IPI para as empresas de concentrados na Zona Franca de Manaus.
De acordo com a entidade, essa é décima alteração ao longo dos últimos anos.
“Não temos nos furtado ao diálogo na busca de soluções e de preservação de um modelo de desenvolvimento regional reconhecido internacionalmente e que não pode ser visto como mero benefício fiscal”, diz a nota da associação.
Leia mais
Geração de 2 milhões de empregos
A indústria de concentrados é a única que, por determinação legal, precisa elaborar os produtos com matéria-prima produzida na região. Ela é responsável por gerar 7,4 mil empregos diretos e indiretos e contribuir com uma infinidade de projetos sociais, culturais e ambientais.
No país, o setor gera 2 milhões de empregos em toda a cadeia e recolhe anualmente R$ 13 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais
“O ataque infundado à ZFM e, em especial e discriminatório à indústria de não alcoólicos, prejudica não só o Estado do Amazonas, mas sim todo o país. Perde a Amazônia, perde o Brasil. A Abir e o setor de bebidas não alcoólicas, pautados pela ética e transparência, seguem abertos e acreditando no diálogo como forma de buscar soluções”, diz a nota pública da Abir.
Foto: Divulgação/A Voz da Indústria