O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PT-PE), denunciou que a organização criminosa PCC pode estar envolvida nas invasões de terras dos ianomâmi para explorar o garimpo ilegal.
“Há fortes indícios de que o crime organizado está operando em garimpos ilegais nas terras indígenas. Grupos como o PCC são suspeitos de estarem entrando na região e promovendo uma onda de violência contra os povos indígenas, especialmente os ianomâmi”, disse Costa.
A denúncia foi feita durante audiência em Boa Vista (RR) onde senadores e deputados permanecem até esta quinta-feira (12) em diligência para apurar estupro e assassinato de uma menina ianomâmi de 12 anos.
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De acordo com ele, no episódio recente de ataque contra a comunidade Palimiú, uma das terras indígenas dos ianomâmi em Roraima, há fortes indícios de ação do PCC. “Se isso for verdade é muito mais difícil enfrentar o problema daqui pra frente”, advertiu o senador.
No encontro, o coordenador do Conselho Indigenista de Roraima, Edinho Batista de Souza Macuxi, entregou aos parlamentares o Memorial de Violências Cometidas contra o Povo Yanomami.
Relatos gravíssimos
O deputado federal José Ricardo (PT), que é vice-coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, está na diligência representando a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra).
“Ouvimos relatos gravíssimos. É preciso cobrar providências urgentes em relação à situação de violências, mortes, desaparecimentos e outras violações de direitos que está sendo submetido o povo ianomâmi de Roraima, além dos crimes ambientais pela contaminação do mercúrio”, afirmou o deputado.
A presidente da Frente parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, deputada Joênia Wapichana (Rede-RR), disse que não se pode esquecer que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o grande incentivador do garimpo ilegal.
“É preciso deixar claro que o garimpo em terras indígenas sequer pode ser regularizado, porque é expressamente proibido”, lembrou a parlamentar.
Foto: divulgação/Assessoria da deputada Joênia Wapichama