Deputados e senadores da Amazônia Legal, tanto dos partidos de esquerda, de centro, quanto de direita, empreenderam uma luta política no Congresso Nacional para salvar cerca de 450 empregos do Banco da Amazônia (Basa).
O principal agente de fomento da região, com uma carteira de crédito superior a R$ 28,7 bilhões e lucro líquido de R$ 39,7 bilhões, em 2021, o Basa está demitindo 447 servidores.
Em janeiro deste ano, o Banco da Amazônia anunciou o Programa de Desligamento Voluntário (PDV ) para 302 engenheiros.
E também comunicou a demissão compulsória de todos os 145 servidores integrantes do quadro de apoio da instituição.
Preocupados com a perda dos empregos, trabalhadores do Basa de todos os estados da região amazônica buscaram o Congresso Nacional e a bancada regional para interceder junto à superintendência do banco.
No Senado, Plínio Valério (PSDB-AM) recebe um grupo de funcionários doa Basa. Eles foram relatar o desespero de servidores com o processo de demissões.
O senador amazonense fez a denúncia pública da tribuna da Casa: “Estou apelando à superintendência para que reveja esse enxugamento para evitar que se agrave o quadro de desemprego na nossa região e em todo o Brasil”, discursou.
Ao citar os alarmantes de 13 milhões de desempregados no país, Plínio lembrou que, além de ser uma maldade nessa pós-pandemia, o programa de demissões no Basa irá agravar ainda mais esse quadro.
“As demissões maciças não se justificam em função de dificuldades financeiras, já que o banco de fomento vem tendo lucros expressivos nos últimos anos, enquanto isso, tanto as despesas com pessoal e as administrativas se mantiveram praticamente estáveis, menos de 4%”, relatou o senador.
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Audiência na Câmara
Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra) realizou, nessa quarta-feira (25), audiência pública para discutir as demissões do Basa, os impactos e prejuízos aos trabalhadores da região,
Os deputados José Ricardo (PT-AM) e Vivi Reis (Psol/PA) foram os autores do pedido de audiência.
“O Banco da Amazônia é o principal agente de fomento, mas está sendo muito atacado nesse atual governo. Agora, os ataques voltaram-se aos trabalhadores, aos funcionários, ao quadro de apoio e até aos engenheiros, disse José Ricardo.
Na visão do petista, está sendo construído um cenário de verdadeiro desligamento em massa, em um contexto de altíssima taxa de desemprego e situação econômica cada vez mais deteriorada.
Demissão sem conversa
O Banco da Amazônia (Basa) é uma empresa de economia mista com sede em Belém (PA) e tem atuação em todos os estados da Região Norte, além do Maranhão e Mato Grosso.
Segundo a deputada Vivi Reis, apesar de o banco ter alcançado resultados financeiros positivos nas últimas três décadas, a administração da instituição decidiu por desligar os funcionários do chamado quadro de apoio, sem nenhum tipo de mediação direta ou via entidade representativa.
“Há informações de que esse processo de demissão atingirá também outras categorias do Basa”, afirmou a parlamentar do Psol paraense.
A administração do Banco sustenta, dentre outros motivos, que a decisão se baseia na Portaria do Ministério da Economia nº 766, de 10 de janeiro de 2020, e que não há como rever o posicionamento.
Foto: assessoria