Ex-assessor da presidência da República, Arthur Weintraub disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aconselhou que seu irmão, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, continuasse morando nos Estados Unidos e não retornasse ao Brasil, sob o risco de ser preso.
Durante entrevista ao youtuber Monark, Arthur expôs que ele e Abraham foram ameaçados pelo governo de perderem os cargos que ocupavam na OEA (Organização dos Estados Americanos) e no Banco Mundial, respectivamente, caso insistissem em retornar ao Brasil.
Segundo contou, em dezembro de 2020, Abraham Weintraub recebeu “mensagens de pessoas próximas ao Planalto” insinuando que Bolsonaro iria demiti-lo do Banco Mundial. Arthur diz que isso aconteceu na véspera de Natal.
Na véspera de ano novo, mais mensagens com as mesmas insinuações foram enviadas — posteriormente, as ameaças voltariam a se repetir em março de 2021.
Já em novembro de 2021, Arthur contou ter recebido uma ligação pessoal de Jair Bolsonaro, que questionou os rumores sobre uma candidatura de Abraham ao governo de São Paulo.
O ex-assessor afirma que o presidente mandou Abraham “parar com isso aí”, ou seja, com o intuito de disputar o Palácio dos Bandeirantes.
“Quando chega em novembro de 2021, Bolsonaro me liga: ‘ô, cara, que história é essa de Weintraub governador?’. Eu falei: ‘Presidente [a gente] nunca lançou o nome do Weintraub governador’. [Bolsonaro então disse]: ‘Tem que parar com isso aí’. Em dezembro ele me liga mais calmo. Ele falou assim: ‘pô, cara, estou vendo aqui que vocês querem voltar para o Brasil’. Eu falei: ué, a gente está há um ano e meio aqui, férias, a gente tem direito”, declarou. Arthur Weintraub alegou que ele e seu irmão queriam retornar ao Brasil para realizar uma série de exames, pois tratamento de saúde nos Estados Unidos, além de ser muito “caro”, também “é uma porcaria”.
Bolsonaro então teria insistido para eles continuarem nos EUA, pois lá estavam “ganhando bem, em dólar”.
Foi então que o presidente pontuou que, em caso de retorno, o ex-ministro da Educação “poderia ser preso igual fizeram com Nelson Mandela”, ex-presidente da África do Sul.
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Foto: reprodução/YouTube