Nunes Marques devolve mandato de deputado bolsonaristaÂ
TSE havia decidido, por 6 votos a 1, cassar o mandato de Fernando Francischini por propagar informações falsas sobre o sistema eleitoral

Publicado em: 02/06/2022 Ă s 18:25 | Atualizado em: 02/06/2022 Ă s 18:26
O ministro Nunes Marques, do STF, suspendeu, nesta quinta-feira (2), a decisĂ£o do TSE que cassou o deputado estadual do ParanĂ¡ Fernando Francischini, do PSL. AcusaĂ§Ă£o: propagou “fake news” contra o sistema eleitoral.Â
Em outubro, o TSE decidiu, por 6 votos a 1, cassar o mandato de Francischini (foto) por propagaĂ§Ă£o de informações falsas sobre o sistema de votaĂ§Ă£o. Esta foi a primeira vez que o tribunal tomou decisĂ£o relacionada a polĂtico que fez ataque Ă s urnas eletrĂ´nicas.Â
O parlamentar foi alvo de investigaĂ§Ă£o apĂ³s afirmar em redes sociais durante o primeiro turno das eleições de 2018 — sem apresentar provas — que as urnas eletrĂ´nicas tinham sido adulteradas para impedir a eleiĂ§Ă£o do presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasiĂ£o, apĂ³s a declaraĂ§Ă£o do deputado, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do ParanĂ¡ fez auditoria e constatou que as urnas estavam com funcionamento normal, sem indĂcios de fraude.Â
Nunes Marques atendeu a um pedido de Francischini e da ComissĂ£o Executiva do PSL que recorreu ao STF contra a decisĂ£o do TSE.Â
Para o ministro, o entendimento fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral em outubro do ano passado nĂ£o poderia retroagir, portanto, nĂ£o poderia ser aplicado a fato de 2018.
ProcessoÂ
O caso de Francischini chegou Ă Justiça Eleitoral apĂ³s o MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral acusar o deputado de ter disseminado desinformaĂ§Ă£o.
A defesa de Francischini alegou que o parlamentar estava protegido pela “imunidade material”, que impede a responsabilizaĂ§Ă£o de deputados e senadores por suas opiniões, palavras e votos.
O deputado foi absolvido pelo TRE do ParanĂ¡ que entendeu que nĂ£o ficou provado que a declaraĂ§Ă£o do deputado chegou a influenciar no resultado da votaĂ§Ă£o.
O MP, entĂ£o, recorreu ao TSE, que cassou o mandato do parlamentar. ApĂ³s a decisĂ£o do Tribunal, Francischini disse que iria recorrer ao Supremo.
Foto: Alep/divulgaĂ§Ă£o