‘Buscas no Vale do Javari não podem ser policiais’, diz ex-chefe da Funai

João Pedro defende que as buscas ao jornalista inglês Dom Phillips e ao servidor da Funai Bruno Araújo sejam feitas por indigenistas e não pela polícia

João Pedro, ex-presidente da Funai

Neuton Correa

Publicado em: 07/06/2022 às 06:23 | Atualizado em: 07/06/2022 às 06:26

Sobre o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e do servidor da Funai Bruno Araújo Pereira, no Vale do Javari, João Pedro Gonçalves, ex-presidente do órgão, alertou:

“Para entrar na área, é preciso muita técnica. A Funai precisa entrar com especialistas, com indigenistas. Não pode ser uma ação policial”.

João Pedro lembra que a região, na fronteira do Brasil com o Peru, possui povos indígenas isolados e que o contato com eles exige o cumprimento de protocolos, porque, acrescenta, a técnica convencionada é não permitir o contato de brancos com os nativos. Há riscos de transmissão de doenças.

Outro alerta feito por João Pedro é quanto a tensão que domina o vale.

“É uma região de atividade tráfico, mas é também uma região perigosa por causa das atividades ilegais de madeireiros, pescadores, garimpeiros e caçadores de peles de animais silvestres”.

O ex-presidente da Funai falou como a redação do BNC.
Ouça no áudio abaixo a preocupação dele com os povos isolados.

Foto: Facebook/João Pedro