Socialista na ONU pede eleições ‘sem interferência’ no Brasil
Michelle Bachelet é alta comissária da ONU e alertou, também, para a violência contra mulheres, negros e LGBTI+ que concorrem ao pleito

Publicado em: 13/06/2022 às 17:18 | Atualizado em: 13/06/2022 às 17:18
A ex-presidente socialista do Chile Michelle Bachelet sugeriu, nesta segunda-feira (13), que as eleições no Brasil transcorram “sem interferência”. Ela é comissária do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra que apelou por um processo “democrático”, “sem interferência”.
Num ato poucas vezes visto em relação ao Brasil, segundo o UOL, a ONU cobra independência, por meio de Bachelet, das instituições brasileiras em um ano de eleições.
A alta comissária da ONU alerta, ainda, para a violência contra mulheres, negros e representantes do movimento LGBTI+ que concorram ao pleito, em outubro.
Duas horas depois de fazer seu discurso, em uma coletiva de imprensa, Bachelet aumentou o tom da cobrança ao ser questionada sobre o Brasil.
“Em outubro vocês têm eleições. E peço a todas as partes do mundo que as eleições sejam justas, transparentes e que as pessoas possam participar livremente”, disse. “Será um momento democrático muito importante e não deve haver interferência de nenhuma parte para que o processo democrático possa ser atingido”, insistiu.
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Bachelet, que se chocou com o presidente Jair Bolsonaro desde 2019, escolheu fazer o alerta sobre as eleições em seu último discurso diante do órgão internacional.
Ela anunciou na mesma reunião que não continuará no cargo máximo de direitos humanos da ONU, depois de quatro anos no posto.
A ex-presidente chilena teria o direito a um segundo mandato, mas tem sido alvo de duras pressões por conta da crise na China.
Michele Bachellet, porém, insiste que já tomou essa decisão há dois meses e que chegou a comunicar sua opção ao secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, em abril.
Com informações do UOL
Foto: Jean-Marc Ferré/ONU