Servidores querem afastar chefe da Funai e sua política anti-indígena
Eles também irão cobrar a responsabilização dos culpados pela morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips

Diamantino Junior
Publicado em: 19/06/2022 às 14:13 | Atualizado em: 19/06/2022 às 14:17
Funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) anunciaram uma greve que deve ocorrer na próxima quinta-feira (23). O ato vai acontecer a partir das 10h em todas as unidades da fundação nos estados e no Distrito Federal. Na quarta-feira (15), na sede da autarquia em Manaus, indígenas e servidores fizeram um ato por justiça a Dom e Bruno.
De acordo com a INA (Indigenistas Associados), entidade que representa os trabalhadores da Funai, a paralisação tem como objetivo pedir o “afastamento imediato” do presidente da fundação, Marcelo Xavier.
Para a associação, Xavier vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição desde que foi nomeado para o cargo em julho de 2019.
Eles também irão cobrar a responsabilização dos culpados pela morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.
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“Manifestaremos nossa profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro do nosso colega Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips e exigiremos a devida identificação e responsabilização de todos os culpados”, diz a nota divulgada no Twitter da associação
Procurada pelo jornal Folha de SP, a Funai ainda não se manifestou sobre o ato.
Dossiê
A INA divulgou na última segunda-feira (13) um dossiê, feito em parceria com o Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), em que acusa a Funai de atuar contra as causas indígenas ao não promover a não demarcação de territórios, sob a gestão de Bolsonaro (PL).
O relatório ainda denuncia que houve esvaziamento orçamentário, assédio institucional, alinhamento com a agenda ruralista e omissões na esfera judicial.
Quanto ao presidente da Funai, a organização afirma que ele é alinhado aos interesses de ruralistas. Xavier é delegado da Polícia Federal e já provocou a abertura de um inquérito pela PF para investigar o procurador Ciro de Lopes e Barbuda de apologia do crime.
O motivo teria sido um relatório produzido por Barbuda a favor dos povos indígenas.
O Ministério Público Federal (MPF) absolveu o réu da denúncia e considerou que houve crime de constrangimento ilegal na iniciativa.


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Foto: divulgação