Mulher trans é primeira em concurso, mas Marinha não aceita
Mulher recorreu à Justiça para não ser impedida de continuar em processo seletivo iniciado em fevereiro

Mariane Veiga
Publicado em: 26/06/2022 às 12:15 | Atualizado em: 26/06/2022 às 12:21
Uma mulher trans, aprovada em primeiro lugar no concurso para Oficiais do Serviço Militar Voluntário, precisou recorrer à Justiça Federal para não ser impedida de continuar no processo seletivo iniciado em fevereiro, e que ainda não teve o resultado liberado.
Sabrina, que não terá o sobrenome revelado, competiu com mais 1 mil candidatos na prova escrita e foi considerada “inapta” para continuar no processo pela junta médica da Marinha, que alegou que ela sofreria de hipogonadismo – uma deficiência de hormônios sexuais produzidos nas glândulas sexuais (nos testículos ou nos ovários), ou seja, a produção de hormônios seria baixa ou inexistente.
O hipogonadismo consta no edital do concurso da Marinha como critério para a eliminação de candidatos.
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No entanto, Sabrina alega que não possui gônadas (glândulas do sistema endócrino, responsáveis pela produção de hormônios sexuais) devido a uma cirurgia de redesignação sexual realizada em 2016 e que, por isso, faz reposição hormonal com estrogênio – hormônio feminino.
Por isso, ela entrou com uma ação na Justiça, questionando a decisão médica da Marinha, com o intuito de continuar no processo seletivo.
O caso tramita na 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro e não está em segredo de Justiça. A defesa pede ainda R$ 150 mil de indenização por danos morais. O caso foi revelado pelo jornal “O Globo”.
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Foto: Reprodução