Relator da CPI da covid aponta blindagem da PGR a Bolsonaro

Renan Calheiros foi o responsável por elaborar o relatório final da CPI, aprovado pela comissão em outubro do ano passado

Publicado em: 25/07/2022 às 17:43 | Atualizado em: 25/07/2022 às 17:43

O senador licenciado Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, classificou como “blindagem às vésperas da eleição” da Procuradoria Geral da República com o presidente Jair Bolsonaro.

O parlamentar se manifestou após os pedidos de arquivamento da PGR nesta segunda-feira (25) das apurações feitas com base em conclusões da comissão parlamentar de inquérito.

Com os pedidos feitos nesta segunda, sete das dez apurações preliminares sobre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e ex-ministros do governo estarão arquivadas.

Renan Calheiros foi o responsável por elaborar o relatório final da CPI, aprovado pela comissão em outubro do ano passado. Para o emedebista, a medida tomada pela PGR “não surpreende ninguém”.

“Depois de ilusionismos jurídicos por quase um ano, a PGR sugere engavetar as graves acusações contra Bolsonaro durante a pandemia. A blindagem, às vésperas da eleição, não surpreende ninguém”, afirmou o parlamentar.

No relatório final, a CPI acusou Bolsonaro de ter cometido nove crimes. Ao pedir os arquivamentos, a PGR concluiu não haver indícios das práticas desses crimes.

Para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o pedido de arquivamento é um “desrespeito” à memória das vítimas. Desde o início da epidemia, Brasil registra 677 mil mortes pela doença.

“Sempre disse que a CPI não buscava vingança. Sei que o trabalho da comissão produziu resultados importantes. Garantimos vacinas nos braços dos brasileiros, lutamos pela vida e investigamos com muita seriedade absurdos cometidos pelo chefe do Executivo, ministros e assessores, num trabalho que se desenvolveu sob o olhar atento de milhões de cidadãos. A PGR precisa prestar satisfações à população. Esta decisão é uma vergonha para a instituição”, afirmou, por meio de nota.

Das apurações cujo arquivamento foi solicitado, em cinco a comissão parlamentar de inquérito pedia o indiciamento de Bolsonaro, acusado dos crimes de charlatanismo, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verba pública e epidemia com resultado de morte.

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado