No Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado neste 9 de agosto, um coletivo de 37 organizações da sociedade civil voltou a cobrar das autoridades do Amazonas providências com relação ao massacre de indígenas e ribeirinhos dos rios Abacaxi e Marimari.
Passados dois anos, os assassinatos ocorreram na região do bairro rio Madeira, entre os municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte e Borba.
Entidades como a Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirmam que a situação continua crítica e são urgentes as medidas de reparação e de proteção dessas comunidades, frente às intimidações e agressões que continuam acontecendo.
O conflito iniciou-se em 2020, após uma tentativa de invasão de pescadores esportivos, dentre eles um ex-gestor do Fundo de Promoção Social do estado do Amazonas, em plena pandemia de coronavírus (covid).
Com a primeira operação da Polícia Militar, depois que dois policias morreram e outros dois foram feridos, desencadeou-se uma retaliação da polícia, a partir do dia 4 de agosto de 2020.
Dessas operações, resultaram na morte de dois indígenas mundurukus e de quatro ribeirinhos, além do desaparecimento de três outras vítimas.
As entidades dizem que a violência só cessou após intervenção da Justiça federal e do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
Com a saída da Polícia Federal da área, contudo, as intimidações e os maus tratos voltaram, e as vítimas exigem respostas urgentes do Estado.
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Clima de insegurança
Os relatos é que há um clima de insegurança e de medo na região.
Moradores de áreas mais isoladas estão deixando seus lares; indígenas e ribeirinhos temem sair de suas casas para realizar atividades do dia a dia.
“O aumento de atividades ilícitas também tem aumentado significativamente, como invasões dos territórios e saque de recursos naturais por parte de garimpeiros, traficantes, madeireiros, caçadores e pescadores. Novos conflitos podem acontecer a qualquer momento. É urgente a fiscalização do Estado e da União e o monitoramento das comunidades locais”, disse o deputado José Ricardo (PT-AM).
Dentre as reivindicações, o coletivo de 37 entidades cobra:
diligências para conclusão das investigações e responsabilização criminal dos autores; que a Defensoria Pública da União e do Estado façam as defesas dos ribeirinhos acusados e promovam a reparação civil para as famílias das vítimas. cobram que o Governo Federal cumpra a determinação da Justiça Federal e envie a Polícia e Força Nacional para que permaneça na região, a fastamento da cúpula da Segurança Pública do Amazonas diretamente envolvida nas violações de direitos apuração e responsabilização do governador do Estado, pela “desastrosa” operação policial. conclusão dos processos legais de reconhecimento dos territórios indígenas e tradicionais do rio Abacaxis.
Coletivo de entidades
Faz parte desse coletivo organizado da sociedade civil entidades, como: Arquidiocese de Manaus; Articulação no Semiárido Brasileiro; Articulação pela Convivência com a Amazônia; Associação dos Docentes da UFAM; Cáritas Arquidiocesana de Manaus; Casa da Cultura do Urubuí; Coletivo Floresta Manaós; Comissão Pastoral da Terra; Comitê REPAM; Conferência dos Religiosos do Brasil; Conselho dos Leigos (as) Arquidiocesano; Conselho Nacional das Populações Extrativistas; Fórum da Amazônia Oriental; Fórum das Águas; Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas; mandato do deputado José Ricardo.
Foto: Divulgação