A bronca que o desembargador do TJ-AM Elci Simões deu na advogada Malu Borges Nunes, na segunda-feira, 22, durante julgamentos da Segunda Câmara Cível do Tribunal é este abaixo.
O desembargador, portanto, chamou a atenção da advogada por ter deixado vazar áudios de latidos de cachorros e choro de criança na sessão.
Malu estava em home office, em sessão virtual do colegiado. Ela tinha no colo uma bebê que a amamentava.
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Sobretudo, o episódio repercutiu nas redes sociais, na ALE-AM e na grande mídia do país, além da OAB.
Para o deputado estadual Serafin Corrêa o desembargador Elci Simões agiu em um momento de rara infelicidade, porque ele é um homem educado.
Contudo, o parlamentar diz que “é a maneira com a qual ela se comunica”. E repudiou o ato do desembargador .
Desembargador
Já o desembargador Elci Simões alegou, em nota, que pediu “educadamente”. Com informa o g1 de Santa Catarina.
“Recomendou-se educadamente e com todo o cuidado evitar barulhos durante a sessão, ainda mais em respeito a presença de outros advogados em audiência pública complexa e extensa”, diz.
Repercussão
O Correio Braziliense destacou trecho da nota da advogada:
“Ao passo que eu fui condenada por estar com uma bebê resmungando (não chorando) na sessão, há uma semana um pai advogado teve preferência no seu processo no STJ por estar com o seu filho de 1 ano presente (matéria de repercussão nacional, inclusive). Mesmo diante da falta de compreensão com minha situação, continuarei sustentando amamentando ou com a minha filha próxima, que é o local adequado para ela”.
OAB/SC
Por isso, em nota a OAB/SC repudiou a atitude do desembargador Elci Simões, em trecho da nota diz:
“A OAB/SC manifesta solidariedade à advogada e mãe Malu Borges Nunes pelo constrangimento enfrentado quando do exercício da advocacia, que teve ainda a ética questionada diante do ocorrido. A Seccional catarinense também reforça a importância da Recomendação n. 94/21, expedida pelo CNJ a pedido da OAB/SC, e de sua transformação em resolução, de modo a manter e aprimorar as gravações das audiências judiciais e sessões de julgamento no País, contribuindo, assim, para o combate ao desrespeito às prerrogativas da profissão.”
Da mesma forma, a OAB/AM se solidarizou pelos transtornos e constrangimento, que vivenciou a advogada:
“A OAB/AM ressalta a importância da sustentação oral, direito de todo profissional da advocacia. O que ocorreu no referido julgamento é a realidade da mãe profissional autônoma que também não tem como controlar o choro de uma criança ou exigir dela o silêncio, fato que expõe a necessidade de conscientização sobre a maternidade e a vida profissional”, diz trecho da nota.
Na Globonews, hoje (24) no programa Conexão, o caso chamou a atenção, pois um advogado levou o filho bebê para sessão do STJ , como informa o Uol, e não sofreu repreensão.
Foto: Reprodução